"Obrigado! O 'Fratelli d'Italia' está confirmado como o principal partido de Itália, ultrapassando o resultado das últimas eleições gerais", lê-se numa publicação de Meloni na sua conta oficial na rede social X, ilustrada com uma fotografia da líder do partido a fazer com os dedos da mão direita um 'V' de vitória.
A curta reação de Meloni surgiu imediatamente após a divulgação das segundas projeções atualizadas das eleições celebradas em Itália sábado e domingo (com o encerramento das urnas às 23:00 locais de domingo), segundo as quais os Irmãos de Itália vencem com 28,5% dos votos, contra 23,7% do Partido Democrático (PD, centro-esquerda), que se confirma como a grande força da oposição.
Em 2022, os Irmãos de Itália venceram as eleições nacionais com 26% dos votos, permitindo a Meloni tornar-se a primeira mulher a governar Itália, à frente de um governo de coligação de direita e extrema-direita que integra também a Liga e a Força Itália.
De acordo com as segundas projeções divulgadas hoje de madrugada pela estação pública RAI, a terceira força política mais votada foi o Movimento 5 Estrelas (populista de esquerda), com 10,5% dos votos, seguindo-se só então os parceiros de coligação governamental de Meloni: o Força Itália (centro-direita), com 10% - no primeiro grande 'teste' após a morte do fundador Sílvio Berlusconi, no ano passado -, e do partido radical de direita Liga, do eurocético Matteo Salvini, com 8,3% e o grande derrotado da noite.
Face às anteriores eleições europeias, de 2019, e tal como as sondagens ao longo dos últimos meses já antecipavam, regista-se uma troca de papéis entre os partidos da direita radical em Itália, já que há cinco anos a Liga de Salvini obtivera uma vitória inquestionável, com 34,3 por cento dos votos, que lhe valeram 29 dos 76 assentos a que Itália tem direito no Parlamento Europeu, enquanto os Irmãos de Itália se quedaram pelos 6,4%, que lhe conferiram cinco assentos.
Segundo dados divulgados já de madrugada pelo Ministério do Interior italiano, a taxa de abstenção em Itália registou um máximo histórico, tendo sido a primeira vez que a taxa de participação para eleições europeias neste país ficou abaixo dos 50%, ao fixar-se nos 49,49% (contra uma afluência de 54,5% registada em 2019).
Cerca de 361 milhões de eleitores dos 27 países da União Europeia (UE) foram chamados a escolher a composição do próximo Parlamento Europeu, elegendo 720 eurodeputados, mais 15 que na legislatura anterior.
Itália é o terceiro Estado-membro com mais assentos no Parlamento Europeu, 76, apenas atrás de Alemanha (96) e França (81).
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