A AIEA informou hoje os seus membros de que Teerão lhe comunicou estar a instalar mais estruturas para enriquecimento de urânio nas instalações de Natanz e Fordow, segundo um comunicado da agência especializada da ONU.
Uma fonte diplomática considerou este desenvolvimento "moderado".
A moção apresentada pelo Reino Unido, França e Alemanha, com a oposição da China e da Rússia, na reunião do Conselho da AIEA, composto por 35 países, foi a primeira do género desde novembro de 2022.
A resolução, que Teerão classificou como "precipitada e imprudente", surgiu num momento de impasse sobre a escalada das atividades nucleares do Irão e entre os receios das potências ocidentais de que Teerão esteja a tentar criar uma arma nuclear, o que o Irão nega.
Embora de natureza simbólica nesta fase, a moção de censura visa aumentar a pressão diplomática sobre o Irão, com a possibilidade de remeter a questão para o Conselho de Segurança da ONU.
No passado, resoluções semelhantes levaram Teerão a retaliar, retirando câmaras de vigilância e outros equipamentos das suas instalações nucleares e intensificando as atividades de enriquecimento de urânio.
Segundo a AIEA, o Irão é o único Estado não-detentor de armas nucleares a enriquecer urânio até ao elevado nível de 60% - próximo do grau de qualidade militar -, enquanto continua a acumular grandes reservas de urânio.
A AIEA declarou que Teerão acelerou consideravelmente o seu programa nuclear e dispõe agora de material suficiente para produzir várias bombas atómicas.
A República Islâmica tem vindo gradualmente a quebrar os compromissos assumidos no âmbito do acordo nuclear assinado com as potências mundiais em 2015.
Esse acordo histórico permitiu o levantamento das sanções económicas ocidentais ao Irão em troca da limitação do seu programa nuclear a fins pacíficos, mas começou a deteriorar-se após a retirada unilateral dos Estados Unidos em 2018, sob a presidência de Donald Trump, que reimpôs as sanções a Teerão.
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