Acordo do G7 sobre bens russos? Mostra a Putin que "não recuamos"

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou que o acordo hoje alcançado na cimeira do G7 sobre a utilização de bens russos congelados para ajudar a Ucrânia demonstra ao Presidente russo, Vladimir Putin, o não-recuo do Ocidente.

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© Ukrainian Presidency / Handout/Anadolu via Getty Images

Lusa
13/06/2024 23:08 ‧ 13/06/2024 por Lusa

Mundo

Joe Biden

Este acordo "mostra que não recuamos", disse Biden, na cimeira do G7 (Grupo dos Sete, que reúne as sete maiores economias do mundo - Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido -- e conta também com uma representação da União Europeia), referindo-se à conversão de bens congelados russos nos respetivos países em ajuda à Ucrânia para enfrentar a agressão russa ao seu território, iniciada a 24 de fevereiro de 2022.

Tal avanço no G7 e o acordo de segurança bilateral entre Kiev e Washington, assinado também hoje, à margem da cimeira em Bari, no sul de Itália, "demonstram a Putin que ele não vai desgastar-nos, que não conseguirá dividir-nos", acrescentou Biden, numa conferência de imprensa com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Sobre a guerra há mais de oito meses em curso na Faixa de Gaza entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, o Presidente norte-americano acusou hoje aquele movimento de ser, neste momento, "o principal obstáculo" a um acordo sobre um cessar-fogo com os israelitas e a libertação de reféns.

"Apresentei uma proposta aprovada pelo Conselho de Segurança, pelo G7, pelos israelitas, e o principal obstáculo, neste momento, é o Hamas, que se recusa a assinar, apesar de ter proposto algo semelhante", afirmou Biden, à margem da cimeira.

Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.194 pessoas, na maioria civis.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Hamas fez também 251 reféns, 120 dos quais permanecem em cativeiro e 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.

A guerra, que hoje entrou no 251.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 37.232 mortos e 85.037 feridos, além de cerca de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros após oito meses de guerra, de acordo com números atualizados das autoridades locais.

O conflito causou também quase dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.

Ainda na conferência de imprensa, questionado sobre se indultará a sentença do seu filho Hunter, esta semana condenado nos Estados Unidos por posse ilegal de arma de fogo, num contexto de dependência de 'crack' - embora a sentença não tenha ainda sido emitida, desconhecendo-se se incluirá uma pena de prisão efetiva -, Joe Biden respondeu: "Não, não o amnistiarei".

O Democrata, que enfrentará o seu antecessor e adversário Republicano Donald Trump nas eleições presidenciais de 05 de novembro, já se tinha comprometido a não amnistiar o filho se este fosse condenado, afirmando que "respeitaria o processo judicial".

Considerado por um júri culpado de mentir e de posse ilegal de um revólver em 2018, Hunter Biden, de 54 anos, incorre teoricamente numa pena de até 25 anos de prisão, mas, como se trata de uma primeira condenação, poderá ser-lhe imposta uma sentença alternativa.

Este antigo advogado e empresário que se transformou em artista plástico, foi julgado por ter mentido sobre o seu consumo de drogas aquando da compra de um Colt Cobra numa loja de armas, a 12 de outubro de 2018.

Leia Também: "Firme apoio". EUA assinam acordo de segurança por dez anos com a Ucrânia

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