Numa conferência de imprensa em Berlim para apresentar o relatório anual do Gabinete Federal para a Proteção da Constituição (BfV), Haldenwang disse que o documento reflete o vasto leque de atividades dos serviços secretos russos contra a Alemanha.
Referiu também que o ataque do grupo extremista palestiniano Hamas no sul de Israel, em 07 de outubro de 2023, desencadeou outro conflito fora da Alemanha com consequências diretas para a segurança interna.
Segundo Haldenwang, a ameaça potencial representada pelo terrorismo islâmico aumentou na Alemanha, enquanto o conflito no Médio Oriente funciona como um acelerador do antissemitismo no país.
"O risco de ataques jihadistas tem vindo a aumentar desde o ataque terrorista do Hamas a Israel", disse Haldenwang, segundo a agência espanhola EFE.
Haldenwang alertou que a Alemanha está no centro das atenções, especialmente de grupos como o Estado Islâmico de Khorasan.
Disse também que os indivíduos radicalizados sem ligações reconhecidas a organizações terroristas "representam uma grande ameaça".
De acordo com o relatório do BfV para 2023, o número de potenciais terroristas islâmicos manteve-se em 27.200, quase ao mesmo nível dos 27.480 em 2022.
O número potencial de extremistas de direita continuou a crescer e situou-se em 40.600 em 2023, em comparação com 38.800 em 2022, assim como o número de pessoas dispostas a usar a violência, de 14.000 para 14.500.
As atividades em rede da chamada nova direita continuaram a crescer e a importância destes atores para a estrutura interna da cena da extrema-direita está a aumentar, afirmou Haldenwang.
Disse também que as ameaças colocadas por extremistas de esquerda violentos permanecem elevadas, referindo-se a ataques a opositores políticos, violência significativa contra a polícia, e ataques incendiários a empresas e infraestruturas críticas.
As tentativas de influenciar o movimento de protesto contra as alterações climáticas pelo extremismo de esquerda continuaram em 2023, com o objetivo de radicalizar as formas de ação até à sabotagem de infraestruturas.
"Temos de defender ativamente a nossa democracia, porque a nossa democracia é forte, mas também está sob grande pressão", disse a ministra do Interior, Nancy Faeser, durante a apresentação do relatório.
Faeser afirmou que a Alemanha tem de "enfrentar as ameaças internas do extremismo com a mesma determinação que as ameaças externas, especialmente do regime russo e da sua enorme ameaça híbrida".
"A ameaça que a espionagem, a sabotagem, a desinformação e os ciberataques representam para a nossa democracia alcançou, infelizmente, uma nova dimensão", acrescentou a ministra.
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