"[A ajuda] permite à Rússia manter a base militar-industrial, manter a máquina de guerra, manter a guerra. Isto tem de acabar", declarou Blinken numa conferência de imprensa conjunta com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, em Washington, apontando que cerca de "70% das máquinas importadas pela Rússia" são oriundas da China, tal como "90% dos equipamentos de microeletrónica".
Os Estados Unidos têm vindo intensificar as críticas à China e às empresas chinesas, argumentando que estão a ajudar o esforço de guerra de Moscovo, fornecendo componentes e equipamento para apoiar a indústria de armamento russa, com impacto no campo de batalha na Ucrânia.
A China não fornece armas diretamente à Rússia.
"A China não pode ter as duas coisas. A China não pode continuar a ter relações comerciais normais com os países europeus e, ao mesmo tempo, alimentar a maior guerra a que assistimos na Europa desde a Segunda Guerra Mundial", afirmou, por sua vez, Stoltenberg.
No dia anterior, o secretário-geral da NATO, que está a realizar desde segunda-feira uma visita aos Estados Unidos e ao Canadá, tinha apelado a que Pequim fosse "obrigada a pagar" pelo seu apoio à Rússia.
Os dois líderes também expressaram preocupação com o fortalecimento das relações entre a Rússia e a Coreia do Norte, onde o Presidente russo, Vladimir Putin, estará até quarta-feira.
No fim de semana passado, o grupo das sete maiores economias mundiais (G7) apelou à China para que deixe de fornecer componentes de armamento à Rússia.
"Apelamos à China para que deixe de transferir (...) componentes de armas e equipamentos que abastecem o setor da defesa russo", indicaram as potências (Estados Unidos, Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá e Japão mais a União Europeia) numa declaração final após uma cimeira que decorreu em Itália.
Também por ocasião desta cimeira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, indicou que o homólogo chinês, Xi Jinping, lhe garantiu que Pequim não venderá armas à Rússia, um reconhecido aliado chinês.
"Tive uma conversa telefónica com o dirigente da China, que me disse que não venderia armas à Rússia. Veremos. Deu-me a sua palavra", afirmou Zelensky, à margem da cimeira do G7.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
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