"A região precisa de desenvolver uma vontade política comum se quiser combater a insegurança", declarou Ghazouani à agência France-Presse (AFP), na sexta-feira à noite, enquanto fazia campanha para um segundo mandato em Atar, cerca de 450 quilómetros a nordeste da capital, Nouakchott.
"Não sou daqueles que acreditam atualmente que os países podem enfrentar individualmente uma ameaça como o terrorismo", afirmou.
O chefe de Estado mauritano advertiu que "a situação da segurança na sub-região não é nada boa" e "piorou" nos últimos anos, em que os líderes militares tomaram o poder pela força no Mali, no Burkina Faso e no Níger com a promessa de restabelecer a segurança dos seus países, duramente afetados pela violência.
"Precisamos de nos unir. Precisamos de nos reagrupar", defendeu.
Ghazouani apelou para uma possível substituição da aliança G5 Sahel, criada em 2014 pela Mauritânia, Burkina Faso, Mali, Níger e Chade com o apoio de parceiros ocidentais para enfrentar o 'jihadismo' e os desafios do desenvolvimento na sub-região, e dotada de uma força conjunta.
As juntas do Mali, Burkina Faso e Níger decidiram retirar-se do G5 Sahel em 2022 e 2023, que consideram ter sido manipulado pela França.
"Se o G5 Sahel não é o mais adequado, temos de encontrar outro 'G qualquer coisa'", afirmou Ghazouani.
Os regimes militares do Mali, Burkina Faso e Níger romperam militar e politicamente com a antiga potência colonial francesa e viraram-se para a Rússia. Abandonaram a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), alegando que também esta era manipulada por Paris, e criaram a Aliança dos Estados do Sahel (AES).
Questionado sobre se a AES poderia constituir uma nova forma de cooperação para combater a insegurança, Ghazouani disse que estava a pensar, antes de mais, "num encontro, numa discussão, numa tomada de consciência conjunta da situação".
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