As autoridades senegalesas suspeitam que várias mortes de fiéis foram causadas por doenças do foro respiratório, como a covid-19, declarou o ministro da Saúde, Ibrahima Sy, no domingo, durante uma visita ao aeroporto internacional de Diamniadio.
"Inicialmente, pensámos que [o número de mortes] estava relacionado com as ondas de calor, porque a temperatura era excessivamente elevada, mas apercebemo-nos de que havia uma síndrome respiratória [relacionada] com as mortes", explicou o ministro.
"Dissemos a nós próprios que se tratava provavelmente de uma epidemia respiratória, e era nosso dever poder acompanhar os peregrinos no seu regresso, criando um sistema de rastreio de tudo o que estivesse relacionado com a covid-19 em particular", acrescentou.
Num comunicado hoje divulgado, o Ministério da Saúde afirmou ter "reforçado o sistema de vigilância sanitária nas fronteiras aéreas", destacando uma equipa no aeroporto para oferecer testes de rastreio voluntários e identificar os peregrinos com doenças semelhantes à gripe.
Dos 124 testes de diagnóstico rápido, 78 deram positivo para o coronavírus, 36 dos quais foram posteriormente confirmados por testes PCR, a técnica de referência para a deteção da infeção, disse o ministério.
"Não há motivo para alarme, mas também há motivo para prevenção", disse o ministro no domingo.
A Arábia Saudita declarou no domingo que 1.301 pessoas morreram durante o hajj - a peregrinação realizada à cidade de Meca pelos muçulmanos, que é um dos pilares do Islão.
Segundo o diário L'Observateur, cinco peregrinos senegaleses morreram e estavam 12.000 inscritos oficialmente para o hajj.
Desde o final da semana passada, os peregrinos são obrigados a usar máscaras no embarque, durante o voo e após a aterragem, até à recolha das bagagens, disse à agência noticiosa France-Presse (AFP) o responsável pelas relações públicas do aeroporto, Tidiane Tamba.
"Isto aplica-se aos passageiros que viajam vindos do hajj, mas também aos viajantes que chegam da Arábia Saudita em voos regulares", explicou.
O terminal reservado para a peregrinação é desinfetado após as chegadas, acrescentou.
O Ministério da Saúde "apela à população para que esteja vigilante, se contenha e seja mais serena, a fim de evitar uma epidemia".
Outra recomendação do Governo é que os senegaleses se abstenham das celebrações que tradicionalmente ocorrem quando uma pessoa regressa da peregrinação, se esta estiver infetada.
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