Atenas reagiu um dia após o primeiro-ministro do país vizinho, Hristijan Mickoski ter usado repetidamente o antigo nome do país, Macedónia, afirmando que considerava "vergonhoso", ao abrigo do acordo, o novo nome do país.
"Terei de capitular perante vós e dizer esse vergonhoso adjetivo porque é, infelizmente, parte da lei e da constituição que tenho de respeitar como chefe de governo", disse Mickoski aos deputados.
O acordo de 2018 celebrado com a Grécia, que reivindica Macedónia como nome de uma das suas regiões, foi assinado pelo governo de centro-esquerda derrotado por Mickoski nas eleições de 08 de maio.
Colocou fim a uma disputa de décadas sobre a história e património cultural e estipulou que o país adotaria formalmente o nome de Macedónia do Norte, permitindo que esta aderisse, posteriormente, à NATO.
Ao discursar no Parlamento, no domingo, antes da votação para aprovar o seu novo governo, Mickoski uso repetidamente o antigo nome, Macedónia, mas, pouco depois, no juramento oficial, usou o nome formal completo do país.
O ministro dos Negócios Estrangeiros grego, George Gerapetritis, ripostou hoje afirmando que a adesão da Macedónia do Norte à União Europeia seria "inimaginável e inaceitável" sem o seu respeito "pleno e incondicional" pelo direito internacional, incluindo o acordo de nome celebrado com a Grécia.
Gerapetritis acusou a nova liderança da Macedónia do Norte de "sistemática e insistentemente não usar [o nome Macedónia do Norte] internamente no discurso público", o que constitui "uma violação clara [do acordo com a Grécia]", que exige o uso do nome de Macedónia do Norte tanto internamente como internacionalmente.
Como membro da União Europeia, a Grécia pode impedir a adesão do seu vizinho, algo que outro membro dos 27, a Bulgária, já está a fazer devido a uma disputa distinta com a Macedónia do Norte sobre questões de minorias.
A nova presidente da Macedónia do Norte, também eleita em maio, com o apoio do partido de Mickoski, irritou as autoridades gregas e europeias no mês passado ao referir-se ao seu país, simplesmente, como Macedónia no seu juramento de tomada de posse.
Mais tarde, Gordana Siljanovska-Davkova insistiu que tinha o "direito humano" de referir-se ao país como quisesse.
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