"É uma honra despedir-me do primeiro grupo do contingento da polícia nacional que participa na histórica missão das Nações Unidas no Haiti", disse Kindiki, em comunicado.
O Quénia ofereceu-se para enviar um contingente de 1.000 polícias para liderar a Missão Multinacional de Apoio à Segurança, para a qual deverão contribuir, também, países como o Benim e o Chade, mas o destacamento suscitou fortes críticas internas no país africano.
Cerca de 400 polícias partiram de Nairobi pelas 22:50, a bordo de um avião da companhia aérea nacional, Kenya Airways, adiantou à France-Presse um funcionário do ministério da Administração Interna.
O Haiti sofre de instabilidade política crónica há décadas. Mas no final de fevereiro, os gangues, cuja violência já devastava zonas inteiras do território, lançaram ataques coordenados contra locais estratégicos, dizendo que queriam derrubar o então primeiro-ministro Ariel Henry.
Henry não conseguiu, por isso, regressar ao seu país após uma viagem ao estrangeiro.
O seu sucessor, Garry Conille, enfrenta uma tarefa monumental: tentar tirar o Haiti da sua profunda crise política, de segurança e humanitária, para preparar o caminho para a organização de eleições, as primeiras desde 2016.
A capital está 80% nas mãos de gangues criminosos, acusados de numerosos abusos, nomeadamente assassinatos, violações, saques e sequestros para pedidos de resgate.
O país ainda aguardava, até hoje, a chegada do primeiro contingente de uma força multinacional liderada pelo Quénia.
Esta missão apoiada pela ONU e na qual os Estados Unidos estão muito envolvidos a nível logístico - sem contudo fornecer homens - deve apoiar a polícia haitiana na luta contra os gangues armados que aterrorizam a população.
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