Nove dos terroristas foram mortos durante uma missão de controlo aéreo feita no setor de Nabolé, no âmbito da operação militar "Niya", que lidera a luta contra o terrorismo na margem direita do rio Níger, de acordo com o último boletim de operações militares emitido pelo Centro de Coordenação de Operações Integradas (CICO) do exército.
A patrulha militar motorizada, composta por vários veículos, encontrava-se no setor de Nabolé quando sofreu uma emboscada na noite de quinta-feira, 20 de junho, por terroristas que abriram "fogo pesado" contra os militares, referiu o boletim.
"Graças à perspicácia das nossas forças, nove atacantes foram neutralizados e 31 outros foram detidos, incluindo um ferido. Os seus meios de transporte foram destruídos e os meios de comunicação confiscados, sem que as nossas fileiras fossem afetadas", sublinhou.
Durante uma incursão na mesma zona, na noite de 21 para 22 de junho, os militares mataram Abdoulaye Souleymane Idouwal, que o exército qualifica de "membro influente do Estado Islâmico no Grande Sahara", na aldeia de Gnandawal, situada a cerca de 20 quilómetros de Méhana.
Paralelamente a estas ações, durante o mesmo período, o exército deteve outros elementos terroristas na região.
O boletim relatou, nomeadamente, a detenção de cerca de 20 terroristas e cúmplices, bem como a apreensão de importantes materiais de guerra (armas, munições ou telefones portáteis) e de diversos produtos (alimentos, combustíveis ou medicamentos) destinados aos grupos que operam na zona conhecida como "as três fronteiras" (entre o Níger, o Burkina Faso e o Mali) entre 16 e 22 de junho.
Desde 2017, a região de Tillabéri, situada nesta zona, enfrenta uma grave crise de segurança caracterizada por ataques persistentes de grupos terroristas.
O Níger, governado por uma junta militar golpista desde julho de 2023, alberga grupos terroristas fiéis à Al-Qaida e ao Estado Islâmico, que fazem ataques recorrentes contra as forças de segurança e população civil.
De acordo com o Armed Conflict Location And Event Data Project (ACLED), que monitoriza a violência em todo o mundo, entre maio de 2023 e maio de 2024, 1.460 pessoas foram mortas no Níger em eventos violentos por grupos não estatais e 997 por forças estatais.
O Níger é também um dos países mais pobres de África e ocupa o 189.º lugar (entre 195) no Índice de Desenvolvimento Humano das Nações Unidas, que estima que 91% da sua população é pobre.
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