O Vaticano está a ser julgado pela primeira vez num tribunal inglês, na sequência de um processo civil lançado por um empresário britânico que foi condenado no grande julgamento de fraude financeira da Santa Fé.
No ano passado, Raffaele Mincione foi condenado a uma pena de prisão de cinco anos e meio pela venda à Santa Fé do antigo armazém do Harrods, no que foi considerado “o julgamento do século”, depois de o Vaticano ter acusado o financeiro de ter inflacionado o preço da propriedade.
Mincione pretende apelar da decisão. Antes, lançou um processo civil contra o Vaticano, que se iniciou na quarta-feira, no qual pretende que o Supremo Tribunal de Inglaterra e do País de Gales declare que agiu “de boa fé” no negócio, noticiou o The Guardian.
O caso implicará que um alto funcionário da monarquia absoluta testemunhe, desta feita o Arcebispo Edgar Peña Parra, acreditando-se ser a primeira vez que o Vaticano é julgado num tribunal estrangeiro.
O julgamento inicial, que começou em 2021 e acabou em dezembro, focou-se nas perdas de 350 milhões de euros registadas pela Santa Sé em investimentos no imobiliário londrino.
Os procuradores do Vaticano alegaram que os intermediários e representantes do Vaticano espoliaram a Santa Sé em dezenas de milhões de euros em custos e comissões, e depois extorquiram-na em mais 15 milhões de euros, para lhe cederem o controlo dos bens.
Nove dos 10 acusados foram condenados, incluindo Mincione e o ex-poderoso cardeal Angelo Becciu.
Desta vez, o julgamento deverá durar quatro semanas.
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