Num comunicado, as autoridades da região semiautónoma chinesa manifestaram "forte insatisfação e (..) repúdio" e acusaram Taiwan de "denegrir arbitrariamente" a lei de segurança nacional.
Uma revisão desta lei, aprovada em maio de 2023, prevê a punição de crimes cometidos no exterior, abrangendo não apenas residentes, trabalhadores migrantes e turistas em Macau, mas também estrangeiros.
"A lei apenas se destina e sanciona um número muito reduzido de pessoas que pretendem pôr em risco a segurança do Estado e de Macau", garantiu o Governo do território.
"Os turistas em geral que visitam a cidade não precisam de se preocupar com a possibilidade de caírem, por engano, nas malhas da justiça", acrescentou o executivo.
O Governo de Macau acusou Taiwan de usar a região "para atingir os seus próprios interesses políticos", através de "manipulação política", com "a sua intenção sinistra e o meio vil".
A elevação do alerta pode criar "tendenciosamente pânico na ilha, destruindo o intercâmbio entre a população de Macau e de Taiwan", lamentou o executivo.
As autoridades de Taipé "ignoram os factos, difamam publicamente o Estado de Direito e a situação dos direitos humanos em Macau", acrescentou o Governo.
As autoridades de Taiwan elevaram na quinta-feira o nível de alerta de viagem para a China, aconselhando a população a evitar o país vizinho, após ameaças de Pequim sobre a possibilidade de executar pessoas consideradas "acérrimas defensoras" da independência taiwanesa.
O porta-voz do Conselho de Assuntos Continentais de Taiwan, Liang Wen Chieh, declarou numa conferência de imprensa que este aviso se aplica também a cidades como Hong Kong e Macau e sublinhou a importância de as pessoas não se deslocarem ao continente "a menos que seja estritamente necessário", noticiou o canal de notícias multinacional de Singapura CNA.
A China, que considera Taiwan apenas mais uma província sob a sua soberania, criticou duramente o novo Presidente da ilha, William Lai Ching--te, que considera um forte partidário do separatismo taiwanês.
O Governo chinês efetuou manobras militares de grande envergadura imediatamente após a tomada de posse de William Lai, o que fez soar os alarmes em Taiwan e nos Estados Unidos, o principal aliado de Taipé.
Na semana passada, ao anunciar um agravamento das penas previstas no seu Código Penal, a China ameaçou executar os separatistas independentistas de Taiwan em "casos extremos", o que desencadeou um aumento da tensão entre as partes.
"Se não for necessário irem, então não o façam", aconselhou Liang, acrescentando que tal não constitui uma proibição de deslocação à China, mas apenas uma "medida de proteção" para os cidadãos de Taiwan.
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