"Veredicto indiscutível". Jordan Bardella pede mobilização para 2.ª volta
O líder da União Nacional, Jordan Bardella, apelou hoje à mobilização dos eleitores para a segunda volta das legislativas, salientando que vai ser uma "das mais determinantes da história" e que os franceses deram este domingo um "veredicto indiscutível".
© Nathan Laine/Bloomberg via Getty Images
Mundo União Nacional
"Os franceses, três semanas depois das eleições europeias, deram um veredicto indiscutível e mostraram claramente que querem uma mudança", afirmou Jordan Bardella num discurso no pavilhão Wagram, no 17.º bairro de Paris.
Num púlpito com a frase "a mudança começa" e uma bandeira de França do lado direito, Bardella considerou que, ao colocarem a União Nacional (Rassemblement National, em francês) à frente na primeira volta, os franceses criaram "uma esperança sem precedentes em todo o país".
O líder da União Nacional defendeu que, com os resultados de hoje, a coligação presidencial "já não pode ganhar" as legislativas, pelo que a França tem agora uma escolha entre "dois caminhos: de um lado, a aliança do pior, a Nova Frente Popular, unidos atrás do Jean-Luc Mélenchon, que levaria o país à desordem, à insurreição e à ruína".
"Do outro, a União Nacional. Esta aliança inédita, motivada pelo interesse nacional e, a partir de agora, a única barreira que pode fazer com que a França ganhe, que protege as nossas instituições, restabelece a segurança, decreta a paz fiscal e defende o trabalho", disse.
Manifestando uma "grande preocupação" com o resultado da coligação de esquerda, Bardella acusou os partidos que a integram de quererem "desarmar a polícia, abrir as portas à imigração, abolir a lei da luta contra as ocupações e contra o separatismo islâmico".
"O senhor Mélenchon e os seus amigos colocam à nossa nação um risco existencial", disse, pedindo aos seus eleitores que continuem "mobilizados, num último esforço", até à segunda volta.
Salientando que as eleições do próximo domingo - a segunda volta das legislativas - vão ser "das mais determinantes em toda a história da Quinta República", Bardella pediu aos franceses que se juntem a ele e "criem uma dinâmica para fazer com que a União Nacional ganhe perante os que pretendem dividir, perturbar a ordem pública e espezinhar os valores" da França.
"No próximo domingo, se os eleitores nos derem uma maioria absoluta para voltarmos a levantar o país, pretendo ser o primeiro-ministro de todos os franceses, disponível para ouvir todos, respeitador das oposições, aberto ao diálogo e preocupado, a cada momento, com a união da nação", garantiu.
Bardella disse ainda que pretende ser um primeiro-ministro "do quotidiano" e estabelecerá como grande prioridade "a defesa do poder de compra, o restabelecimento da ordem e da segurança e o controlo da política migratória".
"Pretendo ser um primeiro-ministro de coabitação, respeitador da Constituição e da função do Presidente da República, mas intransigente na política que iremos implementar", afirmou.
Bardella fez ainda votos para que os próximos sete dias de campanha decorram "num clima calmo, honesto, com respeito pelas instituições e pelas regras da democracia".
"A todos os franceses e francesas quero dizer que vou ser sempre o garante dos vossos direitos e liberdades e do nosso lema republicano, que une todo o povo de França sob a mesma promessa: liberdade, igualdade, fraternidade", frisou, acrescentando que chegou a altura de o país ser liderado por dirigentes que "percebem e consideram" o povo.
"No próximo domingo, a vitória é possível e a mudança está ao nosso alcance. A França e a República precisam de ganhar: estejamos unidos e mobilizados pela mudança", apelou.
O partido de extrema-direita União Nacional (RN), de Marine Le Pen e seus aliados, está na frente na primeira volta das eleições legislativas francesas, com mais de 34% dos votos, de acordo as primeiras projeções.
A extrema-direita está nesta fase à frente da aliança de esquerda Nova Frente Popular, que segundo as sondagens à boca das urnas contará com um resultado entre 28,5% e 29,1%. A uma distância ainda maior está o partido do campo do Presidente Emmanuel Macron (20,5% a 21,5%).
[Notícia atualizada às 20h41]
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