Nova Frente Popular vai retirar candidatos para barrar extrema-direita
Os dirigentes da Nova Frente Popular Jean-Luc Mélenchon e Olivier Faure anunciaram hoje que vão retirar as suas candidaturas nas circunscrições em que ficaram em terceiro lugar e onde existe risco de ganhar a extrema-direita francesa.
© Reuters
Mundo França
Apesar de na segunda volta das legislativas francesas, no dia 07, o duelo na maioria das circunscrições ser a dois, entre a Nova Frente Popular (NFP) e a União Nacional (extrema-direita), há algumas em que haverá três candidatos. Nesses casos, a NFP retirará todos os seus candidatos que tenham ficado na terceira posição, para evitar dividir os votos e travar a vitória da extrema-direita.
Mélenchon voltou a criticar a dissolução da Assembleia Nacional após a vitória da extrema-direita nas eleições europeias de 09 de junho, considerando que o resultado do sufrágio de hoje constitui "uma dura e indiscutível derrota do Presidente, do seu candidato [o primeiro-ministro, Gabriel Attal] e da ambicionada maioria presidencial".
"Há que dar uma maioria absoluta à NFP, que chega como a única alternativa" à extrema-direita, alegou Mélenchon, mostrando-se otimista quanto a uma melhoria do resultado da força que integra na segunda volta, no próximo domingo.
Para Mèlenchon, na segunda volta "não se trata apenas de votar contra, não é apenas fazer barreira [à extrema-direita], trata-se de votar por outro futuro respeitoso com todas as pessoas" e, por isso, a eleição será de "uma intensidade excecional".
Olivier Faure, líder do Partido Socialista Francês, prometeu também retirar os seus candidatos sempre que houver o risco de vencer a União Nacional, de Marine Le Pen e Jordan Bardella.
"Estamos perante um resultado histórico que coloca obrigações", sustentou Faure, em declarações à televisão TF1, ao lembrar que "pela primeira vez, a extrema-direita pode governar".
A União Nacional é a formação mais votada na primeira volta das eleições legislativas francesas realizadas este domingo, com cerca de 34% dos votos, à frente da coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP, 28,5 por cento) e da centrista Juntos pela República (22 por cento).
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