As declarações foram feitas pela porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Mao Ning, durante uma conferência de imprensa, em reação às acusações do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, de que a China está a fornecer tecnologia avançada à Rússia para produzir mísseis e drones, contribuindo para o conflito na Ucrânia.
Mao afirmou que se os valores da NATO se baseiam em "criar conflitos, provocar confrontos e exacerbar tensões traçando linhas baseadas na ideologia", então "a China não pode concordar".
É a NATO que "desafia constantemente a China" porque "interfere nos assuntos internos da China, distorce e difama as suas políticas internas e externas e desafia seriamente os seus interesses e segurança", apontou.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês reiterou o empenho da China em "promover a paz e as conversações" para resolver a guerra na Ucrânia, e criticou a NATO por não refletir sobre as causas profundas do conflito e não assumir a sua responsabilidade na procura da paz na Europa e no mundo.
A posição da China reflete as crescentes tensões entre o país asiático e a NATO, que têm aumentado nos últimos anos devido a fatores como o crescente poder militar da China, a sua crescente influência económica e a sua relação com a Rússia.
Pequim é acusada de não fazer o suficiente para impedir a exportação de tecnologia para Moscovo suscetível de acabar por ser utilizada no campo de batalha na Ucrânia.
Em maio passado, durante uma visita à Sérvia, o Presidente chinês, Xi Jinping, prometeu "nunca esquecer" o bombardeamento da embaixada chinesa em Belgrado pela NATO, em 1999.
Segundo o especialista da Universidade de Fudan, Shen Dingli, Xi escolheu "intencionalmente" este aniversário para visitar a Sérvia e enviar a mensagem de que ainda vê a NATO como um desafio.
Há um ano, a China acusou os Estados Unidos e a NATO de serem "a maior fonte de risco e instabilidade" para a "paz e segurança internacionais", em resposta ao comunicado da cimeira da Aliança Atlântica em Vílnius.
O Ministério da Defesa chinês fez estas observações em resposta a perguntas sobre o documento publicado pela NATO em julho de 2023, que menciona a China como um "desafio sistémico" e apela a uma maior cooperação com os parceiros asiáticos.
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