O Corpo Nacional de Polícia de Espanha desmantelou uma rede criminosa de exploração sexual de mulheres em bordéis, na cidade de Málaga, tendo detido 25 pessoas. Foram ainda libertadas 11 mulheres, que eram obrigadas a trabalhar 24 horas por dia, sete dias por semana, sem usar preservativos, tendo as autoridades apurado que mais de 500 mulheres, de origem latino-americana, foram exploradas pelo grupo durante os meses de investigação.

Em comunicado, a polícia refere que se estima que o lucro anual da rede seja superior a 1,5 milhões de euros. 

A investigação teve início após três denúncias. 

"A rede, perfeitamente estruturada e com um grande número de membros, recrutava um grande número de vítimas nos seus países de origem, principalmente na Colômbia. As mulheres, numa situação económica muito precária, eram induzidas a viajar para Espanha, em muitos casos com uma falsa oferta de trabalho num salão de beleza que a organização possuía" no país.

Contudo, chegadas a Espanha, "eram informadas da dívida que tinham contraído com os exploradores para a gestão e despesas da viagem, uma dívida que teriam de pagar trabalhando como prostitutas e que não pararia de aumentar através de sanções e multas injustificadas". 

A polícia destaca que as condições de trabalho impostas pela organização criminosa "eram abusivas e punham em sério risco a saúde das mulheres". "Tinham de estar disponíveis 24 horas por dia, sete dias por semana, e não podiam escolher nem recusar qualquer cliente ou serviço. Desta forma, eram obrigadas a trabalhar mesmo estando menstruadas e a não usar preservativo, o que teria levado várias mulheres a contrair doenças sexualmente transmissíveis, facto que, no entanto, não as impediu de continuar a prostituir-se", refere a mesma nota.

Além disso, "e para exercer um maior controlo sobre elas, eram permanentemente vigiadas por câmaras instaladas nos bordéis, dos quais só podiam sair durante duas horas por dia com autorização prévia dos gerentes". 

A rede "também se dedicava à distribuição de substâncias estupefacientes" nos apartamentos que controlava, "obrigando as mulheres a consumi-las e incentivando o seu consumo entre os clientes, com o objetivo de prolongar a duração dos serviços e, assim, gerar maiores lucros, o que, nalguns casos, também provocava lesões nas vítimas".

A polícia detetou ainda a existência de uma rede empresarial controlada pelos principais líderes da rede criminosa "com o único objetivo de dar uma aparência de legalidade aos enormes lucros obtidos com as suas atividades ilegais". 

As autoridades efetuaram ainda sete buscas na cidade de Málaga, tendo sido apreendidos 145.338 euros em dinheiro, 1,2 kg de cocaína e várias substâncias cortantes e instrumentos de pesagem.  

Os quatro apartamentos de encontros da rede, onde funcionavam os bordéis, foram encerrados e foram bloqueadas 13 contas bancárias e imposta a proibição de dispor de vários bens. 

Pode ver um vídeo desta grande operação na galeria acima. 

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