"Deixem-me dizer isto tão claramente quando possível: sou candidato", disse Joe Biden. "Sou o líder do Partido Democrata. Ninguém me vai empurrar para fora", afirmou. "Não me vou embora. Estou nesta corrida até ao fim e vamos vencer".
As declarações do Presidente foram veiculadas por vários órgãos de comunicação, incluindo Associated Press e Politico, que mantiveram a identidade das fontes no anonimato.
A intervenção não programada na reunião do Comité Nacional do Partido Democrata aconteceu num momento de pressão crescente sobre Biden desde o seu desempenho desastroso no debate com Donald Trump.
Uma nova sondagem publicada pelo New York Times mostra que, após o debate, Donald Trump aumentou consideravelmente a sua vantagem sobre Joe Biden, tendo agora mais seis pontos percentuais: 49% contra 43% das intenções de voto.
A sondagem indica que 74% dos eleitores inquiridos estão preocupados com as capacidades de Joe Biden aos 81 anos, depois de este ter aparecido frágil e titubeante no debate.
A vice-presidente Kamala Harris também participou na reunião e reiterou o seu empenho na campanha, procurando esmagar a discussão sobre se Biden deve desistir.
Ao mesmo tempo, o chefe de gabinete da Casa Branca Jeff Zients procurou animar os funcionários perante o descalabro que se seguiu ao debate e pediu-lhes que se isolem do ruído causado pela má performance do presidente.
Zients citou o Presidente, que após o debate disse que quando é deitado ao chão volta a levantar-se.
Os cerca de 500 funcionários ouviram o chefe de gabinete elencar as conquistas da administração e sublinhar a importância da governação a partir de agora, com a campanha a aquecer a caminho das eleições de 05 de novembro.
As vozes que pedem a Joe Biden que desista da campanha estão a multiplicar-se nos últimos dias. O jornal Boston Globe publicou hoje um editorial pedindo ao Presidente que abandone a corrida "pelo bem do país e do seu legado". Vários editoriais e artigos de opinião têm ecoado o sentimento.
As dúvidas estão agora a ser mais ruidosas dentro do próprio partido democrata, depois de Joe Biden ter demorado a reagir e a contactar líderes de topo.
Isso aconteceu esta semana, com o presidente a falar em privado com o líder maioritário do Senado, Chuck Schumer, o líder minoritário da Câmara dos Representantes, Hakeem Jeffries, e vários congressistas, como Chris Coons e James Clyburn.
Em Washington, a porta-voz da Casa Branca Karine Jean-Pierre reiterou que Biden não planeia "de todo" retirar a sua candidatura e que "continua a fazer campanha" e "está na corrida".
Perante múltiplas insistências dos jornalistas sobre um possível abandono do Presidente de 81 anos, a porta-voz respondeu "não, de todo".
"Ele entende que é legítimo que as pessoas façam essa pergunta, mas não podemos esquecer seu balanço", ao longo do último mandato, insistiu.
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