Ativista de Hong Kong pede pena mais branda em caso de segurança nacional

O ativista de Hong Kong Joshua Wong pediu hoje uma pena mais branda em tribunal, depois de se ter declarado culpado no maior caso de segurança nacional de Hong Kong.

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© Man Hei Leung/Anadolu via Getty Images

Lusa
05/07/2024 08:40 ‧ 05/07/2024 por Lusa

Mundo

Hong Kong

Wong foi um dos 47 ativistas acusados em 2021, ao abrigo de uma lei de segurança nacional imposta por Pequim, de conspiração para cometer subversão pelo envolvimento em eleições primárias não oficiais.

Os ativistas foram acusados de tentar paralisar o governo de Hong Kong e derrubar a liderança local, para obter uma maioria legislativa e usá-la para bloquear indiscriminadamente os orçamentos da cidade.

Ao entrar na sala de audiências, Wong acenou para a galeria reservada ao público. O antigo presidente do Partido Democrático Wu Chi-wai, o ex-deputado pró-democracia Jeremy Tam e o ativista Tam Tak-chi também compareceram em tribunal.

O advogado de Wong, Marco Li, afirmou que o cliente devia ser considerado um "participante ativo", uma vez que não organizou nem ajudou nas primárias não oficiais. A lei de segurança prevê que os participantes ativos sejam condenados a uma pena de prisão de três a dez anos.

Li disse que Wong esperava poder libertar-se do passado e reabilitar-se depois de cumprir a pena. Sugeriu que os juízes oferecessem ao jovem ativista uma redução de um terço da pena, dada a confissão de culpa.

Wong tornou-se um nome conhecido em Hong Kong ainda na adolescência, em 2012, ao liderar protestos contra a implementação da educação patriótica nas escolas da cidade.

Em 2014, foi um dos líderes estudantis do movimento Occupy, durante o qual manifestantes ocuparam as ruas da região durante 79 dias e paralisaram o trânsito em algumas zonas, exigindo eleições diretas para o líder do governo de Hong Kong.

Já em 2019, num movimento sem liderança, Wong ajudou a angariar apoio estrangeiro para os protestos, referiu a agência de notícias Associated Press, notando que o ativismo levou Pequim a qualificar Wong de defensor da independência de Hong Kong e que "implorou a interferência" de forças estrangeiras.

Quando a lei de segurança nacional foi promulgada em 30 de junho de 2020, o partido político Demosisto, do qual foi cofundador, foi dissolvido.

Estas audiências, que contemplam os 45 arguidos, deverão prolongar-se até ao início de agosto. As sentenças vão ser proferidas numa data posterior.

A lei de segurança nacional estabelece penas que vão de menos de três anos, para os crimes menos graves, até 10 anos a prisão perpétua para condenações por "crimes graves".

Observadores disseram que este caso ilustra a forma como a lei de segurança nacional está a ser utilizada para silenciar os ativistas pró-democracia da cidade.

Tanto o governo local como o de Pequim afirmam que a legislação veio restaurar a estabilidade, após os protestos de 2019.

Leia Também: China facilita entrada de residentes estrangeiros de Macau e Hong Kong

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