Ainda Keir Starmer não sabia que ia obter uma maioria absoluta nas legislativas que estão a marcar esta sexta-feira e já estava a colocar alguns 'travões' em termos de política externa.
A viragem à Esquerda no Reino Unido acaba com o 'reinado' do Partido Conservador, que já durava há 14 anos. Agora, Starmer prepara-se para assumir o cargo de primeiro-ministro, do qual Rishi Sunak se despediu esta manhã com um pedido de desculpas e garantindo que "deu tudo" enquanto ocupou o cargo.
Starmer não falou muito sobre o futuro do Reino Unido em termos de política externa durante a campanha até que, na quarta-feira, decidiu levantar um pouco o véu.
Face a alguns 'rumores' de que o líder do Partido Trabalhista estava a remeter-se ao silêncio devido à possibilidade de piscar o 'olho' à União Europeia e pedir uma segunda oportunidade, Starmer foi peremptório quando confrontado com os jornalistas, garantindo que um regresso a Bruxelas não aconteceria consigo no cargo.
"Não creio que isso vá acontecer. Fui muito claro quanto a não voltar a aderir à União Europeia, ao mercado único ou à união aduaneira - ou [permitir um] regresso à liberdade de circulação", respondeu, citado pela publicação The Guardian.
Após o referendo para a saída do país da UE, Keir Starmer fez parte de uma rebelião contra o então líder do Partido Trabalhista Jeremy Corbyn. Apesar das críticas, tornou-se o porta-voz dos trabalhistas para as questões relacionadas com o Brexit, contra o qual votou.
Após 14 anos no poder, o Partido Conservador foi derrotados nas eleições de quinta-feira. O Partido Trabalhista assegurou a maioria absoluta nas legislativas, ao eleger mais do que 326 deputados.
A saída formal do Reino Unido da União Europeia - ou Brexit, como ficou conhecida - foi oficializada a 31 de janeiro de 2020, após mais de três anos e meio do referendo.
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