As alterações climáticas e os desenvolvimentos com ‘mão humana’ no deserto de Atacama, no Chile, estão a colocar relíquias e múmias do povo Chincorro, que começou a mumificar os seus mortos há mais cinco mil anos, em risco.
"Se houver um aumento da temperatura da superfície do mar, por exemplo, na costa do norte do Chile, isso aumentará a humidade atmosférica. E isso, por sua vez, geraria decomposição em lugares onde hoje não há decomposição, e perderíamos as próprias múmias", apontou Claudio LaTorre, paleoecologista da Universidade Católica do Chile, citado pela CBS News.
É que, saliente-se, o deserto árido tem preservado não só as múmias, mas também pistas de como aquele povo vivia.
"As alterações climáticas induzidas pelo homem são um aspeto que nos preocupa muito, porque vão alterar uma série de questões que estão a formar o deserto atualmente", complementou.
Os especialistas pretendem, assim, alertar para a necessidade de preservar estas relíquias, ainda que reconheçam que se trata de “um grande desafio”.
Contudo, vários museus, incluindo o Museu Arqueológico Miguel de Azapa, na antiga cidade de Arica, têm objetos da cultura Chincorro já em exposições climatizadas.
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