"Permitam-me sublinhar que uma sociedade pacífica e segura é essencial para alcançar todo o nosso potencial; devemos assegurar-nos que cumprimos com as expetativas e recomendações estabelecidas pelos nossos ministros da Defesa e Finanças", disse Tinubu na abertura da 65.ª cimeira ordinária de chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, que decorreu este domingo em Abuja.
"À medida que avançamos para colocar em funcionamento a Força de Reserva da CEDEAO (ESF, na sigla em inglês) contra o terrorismo, tenho de salientar que o êxito deste plano implica uma forte vontade política e recursos financeiros substanciais", disse o Presidente nigeriano, instando os países da região que engloba Cabo Verde e Guiné-Bissau a angariar os 2,6 mil milhões de dólares, cerca de 2,4 mil milhões de euros, que a organização acredita serem necessários para o estabelecimento dessa força conjunta.
Tinubu foi eleito por unanimidade para continuar a liderar a CEDEAO por mais um ano, e tem tentado impulsionar a cooperação regional contra o terrorismo, depois de grupos nigerianos como o Boko Haram ou o Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP, em inglês), terem alargado as suas operações a países vizinhos.
A cimeira acontece um dia depois de os presidentes golpistas do Mali, Níger e Burkina Faso, que saíram da CEDEAO, terem criado a Confederação da Aliança dos Estados do Sahel, terem-se reunido em Niamey para formalizar o acordo.
"O panorama político continua a ser frágil nalguns Estados membros, especialmente aqueles que passaram por mudanças inconstitucionais de governo", reconheceu Tinubu, citado pela agência espanhola de notícias, a Efe.
Antes, na abertura do encontro, o presidente da Comissão Executiva da CEDEAO tinha anunciado a imposição da obrigação de visto aos cidadãos do Mali, Burkina Faso e Níger.
O presidente da CEDEAO advertiu ainda que os cidadãos do Burkina Faso, Níger e Mali não vão poder criar empresas, como estipulado na carta da CEDEAO, e ficam sujeitos às respetivas leis nacionais.
Omar Touray também alertou para o risco de "desintegração" que representa a decisão daqueles três países de abandonarem a organização.
"As nossas populações beneficiam da liberdade de circulação no nosso espaço, bem como das vantagens do nosso mercado comum de mais de 400 milhões de pessoas. É evidente que a desintegração não só perturbará a liberdade de circulação e de fixação das pessoas, como também agravará a insegurança na região", advertiu Touray.
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