"A perspetiva de um conflito direto entre a NATO e a Rússia é preocupante", disse o chefe de Estado turco, que participa na cimeira da Aliança Atlântica em Washington.
Quarta-feira, na declaração final da cimeira da NATO, a ofensiva russa contra a Ucrânia foi tema central da reunião, com os aliados a prometerem um mínimo de 40 mil milhões de euros para apoiar em 2025 o esforço de guerra de Kiev, defendendo que se está perante um "caminho irreversível" para a adesão da ucraniana à Aliança Atlântica.
Antes, Jens Stoltenberg aproveitou para defender a adesão da Ucrânia à Aliança Atlântica em caso de cessar-fogo no atual conflito, para evitar futuras agressões da Rússia.
"Se houver agora um novo cessar-fogo, um novo acordo, temos que estar 100% seguros de que [a Rússia] se detém ali, independentemente de onde estiver essa linha", indicou Stoltenberg durante o Fórum Público paralelo à Cimeira da NATO, que termina na quinta-feira com a reunião do Conselho NATO-Ucrânia.
Destoando da unanimidade, o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Peter Szijjarto, qualificou de irrealista uma futura adesão da Ucrânia à NATO, considerando que provocaria uma "ameaça de guerra" com a Rússia.
"Estão a tentar planear a aproximação da Ucrânia à NATO de tal forma que toda a gente com bom senso sabe que a adesão do país está fora de questão no futuro", afirmou o responsável, segundo o jornal diário Magyar Hirlap.
Depois do anúncio, na terça-feira, do envio de cinco sistemas de defesa aérea para a Ucrânia, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, anunciou que os países da NATO iniciaram a transferência de aviões de combate F-16 para a Ucrânia, a fim de fortalecer a defesa deste país contra a Rússia.
"Tenho o prazer de anunciar que, neste momento, a transferência de aeronaves F-16 está em andamento, da Dinamarca e dos Países Baixos", disse Blinken à margem da cimeira da NATO em Washington.
Na capital norte-americana, os líderes da NATO denunciaram o apoio de Pequim ao esforço de guerra russo na Ucrânia.
"O aprofundamento da parceria estratégica entre a Rússia e a China, bem como as suas tentativas combinadas de desestabilizar e remodelar a ordem internacional baseada no direito, suscitam profundas preocupações", refere a declaração final do Conselho do Atlântico Norte.
Hoje, em Moscovo, o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, avisou que a Rússia está a planear medidas para "contrariar a séria ameaça" representada pela NATO, considerada "de facto" totalmente envolvida no conflito em torno da Ucrânia.
"Somos obrigados a analisar muito cuidadosamente as decisões que foram tomadas, as discussões que tiveram lugar e analisar muito cuidadosamente o texto da declaração que foi aprovado. Trata-se de uma ameaça muito grave à segurança nacional", advertiu Peskov, citado pelas agência de notícias russas.
O porta-voz da Presidência da Rússia disse que a declaração de Washington vai suscitar medidas eficazes.
"(A declaração) vai obrigar-nos a tomar medidas ponderadas, coordenadas e eficazes para conter a NATO", disse Peskov, sem pormenorizar.
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