Israel "expropriou" 6.640 hectares de "terras estatais" na Cisjordânia

Israel "expropriou" 6.640 hectares de "terras estatais" na Cisjordânia para legalizar o colonato de Evyatar, a sul de Nablus, denunciou hoje a organização não-governamental israelita Peace Now, afirmando que 2024 foi um ano recorde para a expansão dos colonos.

Notícia

© JAAFAR ASHTIYEH/AFP via Getty Images

Lusa
11/07/2024 15:59 ‧ 11/07/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

"Na segunda-feira passada, o Guardião de Propriedades Governamentais e Abandonadas assinou uma declaração que designa aproximadamente 66 'dunams' [6.640 hectares] de terra nas aldeias de Beita e Qabalan como terra do Estado", afirma um comunicado da organização, que documenta a expansão dos colonatos israelitas nos territórios palestinianos.

 

O colonato de Evyatar foi estabelecido pela primeira vez em 2013 e, desde então, foi destruído várias vezes por ser considerado pelo próprio Israel como um "posto avançado", ou seja, um colonato ilegal.

No entanto, o Gabinete de Segurança israelita aprovou a sua legalização a 28 de junho, juntamente com outros quatro "postos avançados", apesar de o direito internacional considerar ilegais todos os colonatos israelitas na Cisjordânia ocupada, quer sejam reconhecidos por Israel ou não.

"2024 marca um recorde" para a expansão dos colonos, uma vez que, só nesse ano, quase metade de todo o território que adquiriu esse estatuto desde os Acordos de Oslo, em 1993, foi declarado "terra do Estado", afirma a Peace Now.

Segundo a organização, Israel aprova e interpreta as suas leis de forma a facilitar a criação de novos colonatos, "por isso, pode dizer-se que toda esta declaração de terras do Estado é essencialmente uma expropriação ilegal à luz do direito internacional".

Na sexta-feira passada, as autoridades israelitas aprovaram a construção de 5.295 novas habitações em colonatos na Cisjordânia ocupada e a legalização de três novos colonatos, depois de terem anunciado a declaração de 1.200 hectares de terras palestinianas no Vale do Jordão como "terras do Estado", a maior expropriação de terras desde a década de 1990.

A colonização da Cisjordânia acelerou-se desde que o colono ultranacionalista e anti-árabe Bezalel Smotrich se tornou chefe da Administração de Colónias do Ministério da Defesa, a entidade que tem promovido estes planos.

Israel ocupou a Cisjordânia após a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e desde então a construção de colonatos tem continuado sem parar, acelerando acentuadamente nos últimos anos nos territórios destinados a fazer parte de um futuro Estado palestiniano e que albergam mais de meio milhão de colonos israelitas, além de mais de 200.000 na Jerusalém Oriental ocupada.

Leia Também: Militares israelitas matam palestiniano com 13 anos na Cisjordânia ocupada

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas