"O grupo Hamas foi declarado pelo Estado argentino como uma organização terrorista internacional", refere o comunicado publicado na última madrugada pelo gabinete do presidente Javier Milei, que se assume aliado do Estado de Israel.
"O Hamas assumiu a responsabilidade pelas atrocidades perpetradas durante o ataque de 7 de outubro", detalha o comunicado da presidência argentina, acrescentando que este facto "soma-se a uma longa história de ataques cometidos" em nome do movimento.
Além disso, pode ainda ler-se no comunicado citado pela Agência France-Presse (AFP), "nos últimos anos foram reveladas as suas ligações com a República Islâmica do Irão, cujo regime foi considerado responsável pelos ataques contra a embaixada israelita em Buenos Aires e o fundo mútuo israelita AMIA (...) que custaram a vida de mais de 100 cidadãos argentinos".
Os tribunais argentinos decidiram em abril que os ataques contra a embaixada israelita em 1992 (que causaram 29 mortos e mais de 200 feridos) e o fundo mútuo israelita AMIA em 1994, em Buenos Aires (85 mortos, mais de 300 feridos) foram comandandos pelo Irão. O país abriga a maior comunidade judaica da América Latina, com cerca de 250 mil membros.
Milei, defensor de Israel, fez sua primeira viagem diplomática a este país em fevereiro, e defendeu o direito de o Estado judeu se defender contra o que descreveu como "nazismo do século XXI".
O presidente argentino anunciou ainda o projeto de transferir a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, saudado por Israel e condenado pelo Hamas.
Os Estados Unidos, a União Europeia, o Canadá e o Reino Unido já qualificam o Hamas como uma organização "terrorista".
A guerra entre Israel e o Hamas eclodiu em 7 de outubro, após um ataque do movimento islamita infiltrado a partir de Gaza, no sul de Israel, que resultou na morte de 1.195 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP efetuada a partir de dados oficiais israelitas.
Em resposta, Israel prometeu destruir o Hamas, que tomou o poder na Faixa de Gaza em 2007, e lançou uma ofensiva que até agora matou 38.345 pessoas, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo de Gaza, liderado pelo Hamas.
Leia Também: 'Pacto de Maio': 10 "pilares" de Milei para a prosperidade da Argentina