O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, referiu que "não tinha a certeza absoluta" de que o chefe do Hamas Mohamed Deif e o comandante local do grupo em Khan Younis tinham morrido no ataque deste sábado.
O ataque que aconteceu este sábado, e, segundo o último balanço, já fez 90 vítimas mortais e cerca de 300 feridos, tinha como alvo estes dois responsáveis, segundo o que o governo israelita já tinha adiantado. A maioria das vítimas mortais são mulheres e crianças.
As declarações foram feitas pelo líder do governo israelita em conferência de imprensa, citada pelas publicações internacionais.
Netanyahu prometeu, no entanto, que "de uma forma ou de outra" todos os membros pertencentes à liderança do grupo islamita iriam ser "eliminados". "Do primeiro ao último", reforçou.
A 'luz verde' para o ataque foi dada assim que o governo recebeu informações de que não havia reféns na zona. Já as publicações internacionais adiantavam que esta era uma zona de refugiados palestinianos.
O chefe de governo apontou ainda que a morte dos responsáveis pelo Hamas faz parte do plano de Telavive, "destruindo assim o grupo". Dos objetivos de Israel faz também parte a "libertação de todos os reféns", garantiu.
Netanyahu falou também do Irão, referindo que Teerão não só ameaça Telavive com recurso a questões nucleares, como também está a "estrangular" o país.
Israel enfrenta uma ameaça existencial desde 7 de outubro - não só a ameaça nuclear iraniana - mas também os esforços de Teerão para construir um "estrangulamento" em torno de Israel. A vitória contra o Hamas é "a primeira e crucial condição para a vitória sobre todo o eixo iraniano, todo o eixo do mal".
Netanyahu 'desvenda' a mensagem que vai levar até EUA
Apesar do número elevado de mortes de inocentes, que deve deverá aumentar nas próximas horas, Netanyahu defendeu que mesmo que este ataque não tenha resultado a morte dos dois líderes, continua a ser benéfico para Israel. "Só a tentativa de assassinato dos comandantes do Hamas envia uma mensagem ao mundo, a mensagem de que os dias do Hamas estão contados", afirmou, referindo que era esta a mensagem que iria levar até aos Estados Unidos.
"Isto é o que vou fazer na próxima semana no Congresso norte-americano. Vou levar esta mensagem aos Estados Unidos e ao mundo inteiro", apontou.
Israel lançou a campanha na Faixa de Gaza depois de um ataque do Hamas em 7 de outubro, no qual militantes do movimento entraram no sul de Israel e mataram 1.200 pessoas, maioritariamente civis, e raptaram cerca de 250 pessoas.
Desde então, as ofensivas terrestres e os bombardeamentos de Israel mataram mais de 38.300 pessoas em Gaza e feriram mais de 88.000, de acordo com o Ministério da Saúde do território.
O ministério não distingue entre civis e combatentes na contagem das vítimas.
Mais de 80% dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza foram expulsos de casa e a maioria encontra-se agora em acampamentos miseráveis, enfrentando a fome generalizada.
[Notícia atualizada às 19h37]
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