"Este deve ser um Parlamento de debate e de respeito. Uma casa onde possamos discutir e defender o nosso ponto de vista em sessões animadas e ativas que captem a atenção e a imaginação das pessoas", afirmou no arranque da sessão constitutiva da nova assembleia europeia, na qual a centro-direita tem a maioria, seguida pelos socialistas e da extrema-direita dos Patriotas pela Europa.
A maltesa garantiu que a sua "paixão" pelo projeto europeu "não diminuiu", pedindo os votos e a confiança para continuar a "colmatar as lacunas que ainda existem entre o que as pessoas esperam da Europa" e o que os 27 podem oferecer.
"Como Presidente, os senhores deputados sabem que sou capaz de defender o nosso Parlamento e de construir pontes para além das divisões políticas", concluiu.
A concorrer contra Roberta Metsola está a candidata espanhola Irene Montero, do partido Podemos, que na sua intervenção vincou que esta ala parlamentar é uma "lição democrática e antifascista", numa alusão à extrema-direita, que tem vindo a organizar-se em novos grupos.
Quando se fala da criação de um cordão sanitário na instituição face à nova composição, Irene Montero sublinhou que, como demonstra o resultado das eleições legislativas francesas, "a extrema-direita ganha-se com a esquerda", acusando a bancada de centro-direita de "estender uma passadeira vermelha" a estes partidos.
"É o momento de fazermos crescer as forças da paz [...] e dos princípios éticos", apelou a eurodeputada espanhola, que na sua intervenção mencionou os apoios aos direitos das pessoas LGBTQ+, das mulheres e dos migrantes.
A cidade francesa de Estrasburgo acolhe a partir de hoje e até sexta-feira o arranque do novo mandato do Parlamento Europeu.
Nesta que é a primeira sessão plenária da 10.ª legislatura, serão eleitos o presidente e os 14 vices, num mandato que conta com 54% de novos eurodeputados e de 39% de mulheres.
No que toca à presidência, o nome mais provável para continuar à frente da instituição é o da maltesa Roberta Metsola, que assumiu o cargo em janeiro de 2022.
De acordo com várias fontes europeias, é Metsola que recolhe mais apoio entre os parlamentares, numa votação secreta que requer a maioria absoluta dos votos válidos expressos, isto é, 50% dos eurodeputados mais um (361 dos 720).
Hoje tomam posse os novos eurodeputados -- incluindo 21 portugueses -- no seguimento das eleições europeias de junho passado.
Na sequência do sufrágio e das recentes alterações partidárias no Parlamento Europeu, o Partido Popular Europeu é o que dispõe de mais lugares (188), seguido pelos Socialistas (136) e pela nova família política de extrema-direita Patriotas pela Europa (84).
De acordo com a mais recente distribuição da assembleia europeia, os Conservadores e Reformistas ocupam 78 assentos, os Liberais um total de 77, sendo seguidos pelos Verdes (53) e pela Esquerda (46).
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