O anúncio foi feito por Obaidul Quader, secretário-geral do partido do Governo, Liga Awmani, após a polícia e agentes de segurança dispararem sobre os manifestantes no início do dia e proibirem todos os ajuntamentos na capital.
Várias pessoas morreram nos útimos dias, durante os protestos, de acordo com a imprensa local.
Os protestos começaram há algumas semanas, mas subiram de tom nos últimos dias e representam o maior desafio para a primeira-ministra Sheikh Hasina desde que conquistou o quarto mandato consecutivo, em janeiro, num ato eleitoral boicotado pelos principais grupos de oposição.
Houve relatos de vários mortos durante os protestos de hoje, mas os números adiantados pelos diferentes meios de comunicação divergem. A Independent Television noticiou 17 mortos e a Somoy TV relata 30. Um jornalista da Associated Press contou 23 corpos no Hospital Universitário de Daca, mas não ficou claro se todos tinham morrido hoje.
Na quinta-feira foram reportados 22 mortos, segundo a imprensa local, num dia em que os estudantes tentavam provocar o "encerramento total" do país.
Os manifestantes exigem o fim de um sistema de quotas que reserva até 30% dos empregos públicos para familiares de veteranos que lutaram na guerra da independência do Bangladesh, em 1971, contra o Paquistão.
Argumentam que o sistema é discriminatório e beneficia os apoiantes da primeira-ministra Hasina, cujo partido liderou o movimento de independência, e exigem que seja substituído por um sistema de meritocracia.
Mas Hasina defendeu o sistema de quotas dizendo que os veteranos merecem o maior respeito pela sua contribuição para a guerra, independentemente da sua filiação política.
Leia Também: Pelo menos 75 mortos nas manifestações no Bangladesh