"Nos últimos sete dias, a ocupação israelita intensificou como nunca os bombardeamentos bárbaros contra o campo de refugiados de Nuseirat", declarou o Hamas, em comunicado, acrescentando que os ataques incluíram bombardeamentos e disparos de tanques e navios.
A mesma fonte indicou que 75% das vítimas chegaram ao hospital com queimaduras no corpo alegadamente resultado do uso de armas "térmicas e químicas".
Nuseirat foi uma das zonas mais atingidas pelas forças israelitas na última semana quando se registaram dois ataques consecutivos a escolas da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA, na sigla em inglês), onde Telavive alega que se escondem combatentes do Hamas, com um número particularmente elevado de mortos, 17 e 23, respetivamente.
O segundo ataque, registado a 16 de julho na escola Al Razi, que feriu 63 pessoas, foi justificado pelo exército israelita por ali se concentrar um grupo de presumíveis milicianos que tinham "planeado e dirigido numerosos ataques contra as tropas israelitas na Faixa de Gaza".
As forças armadas garantiram ter tomado várias medidas para evitar atingir civis antes do ataque, como a utilização de "munições de precisão" e a vigilância aérea.
Mais de 250.000 habitantes e deslocados estão em Nuseirat e nos campos de refugiados vizinhos, como Bureij, que são diariamente atacados pelos militares israelitas, segundo dados do governo.
Esta noite, um bombardeamento contra a casa de uma família em Bureij causou a morte de pelo menos sete pessoas, de acordo com os meios de comunicação social palestinianos.
Um jornalista da Associated Press e funcionários de um hospital indicaram que ataques aéreos israelitas mataram pelo menos 15 pessoas, incluindo mulheres e crianças, durante a noite em Gaza.
Os últimos ataques ocorreram quando o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, se prepara para partir segunda-feira para os Estados Unidos, onde se espera que se encontre com o Presidente Joe Biden e discurse no Congresso para defender a guerra de nove meses contra o Hamas, enquanto prosseguem as negociações de cessar-fogo.
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, 38.983 pessoas foram mortas e 89.727 ficaram feridas, enquanto milhares de corpos permanecem sob escombros em todo o enclave, sem que as equipas de salvamento os consigam alcançar, de acordo com o Ministério da Saúde do território.
O conflito em curso teve origem num ataque sem precedentes do Hamas a Israel a 07 de outubro, que causou de 1.200 mortos e 251 reféns, segundo as autoridades israelitas.
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