Gaza. Exército israelita pede evacuação de zona humanitária de Al Mawasi

O Exército israelita pediu hoje a evacuação de parte da zona humanitária de Al Mawasi, no sul da Faixa de Gaza, numa altura em que planeia um ataque contra "organizações terroristas" naquela área.

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Lusa
22/07/2024 07:53 ‧ 22/07/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

"[As forças israelitas] estão prestes a atuar em força contra organizações terroristas e, por isso, apelam à população que permanece nos bairros orientais de Khan Yunis para que saiam temporariamente da zona humanitária adaptada em Al Mawasi", informou o Exército em comunicado.

 

A nota vem acompanhada de um mapa que assinala a azul a zona a evacuar e que corresponde à parte de Al Mawasi que faz fronteira com Khan Yunis, importante região do sul de Gaza que tem sido um dos principais bastiões do grupo islamita palestiniano Hamas.

"O ajustamento está a ser efetuado de acordo com informações precisas que indicam que o Hamas incorporou infraestruturas terroristas na área definida como Área Humanitária", afirmou o exército, referindo que foram disparados foguetes dessa área para território israelita.

O exército afirmou, além disso, que alertou os habitantes da Faixa de Gaza para a necessidade de retirada através de mensagens SMS, chamadas telefónicas e emissões nos meios de comunicação social em língua árabe, a fim de "atenuar os danos causados à população civil e manter os civis afastados das zonas de combate".

No passado, registaram-se ataques israelitas a zonas civis e às chamadas zonas humanitárias.

Em 13 de julho, Israel atacou a zona humanitária de Al Mawasi com o objetivo de matar Mohamed Deif, comandante das Brigadas al-Qasam, braço armado do Hamas.

A morte do líder não foi confirmada, mas o ataque tirou a vida a 90 habitantes de Gaza e feriu outros 300. Rafaa Salameh, braço direito de Deif, morreu nesse ataque.

Por outro lado, esta nova ordem de evacuação vem restringir ainda mais o já escasso terreno da zona humanitária de Al Mawasi, onde se encontram cerca de 1,4 milhões de deslocados, a maioria proveniente de Rafah, cidade adjacente ao Egito considerada segura até à incursão do exército, no início de maio.

A guerra entre Israel e o Hamas teve início em 07 de outubro, na sequência de um ataque do grupo islamita em território israelita que causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.

Desde então, os ataques de Israel em Gaza já fizeram cerca de 39 mil mortos, 90 mil feridos e 1,9 milhões de deslocados, quase toda a população da Faixa de Gaza, que sobrevive em condições humanitárias precárias, com fome e hospitais sem condições.

Leia Também: Hamas acusa Israel de ter atacado 63 vezes um campo de refugiados

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