Joe Biden despediu-se, este domingo, da corrida à Casa Branca. Aos 81 anos, esta pode ser a despedida do presidente dos Estados Unidos à vida política ativa, numa carreira que conta com cinco décadas de história. 

No rescaldo da desistência, há quem recorde a carreira de um homem cuja vida ficou marcada pelo luto e pelas controvérsias do filho.

A dor do luto e os pensamentos suicidas

A vida familiar de Biden nem sempre foi fácil e alguns dos episódios mais marcantes da sua vida têm como protagonista a morte.

Em 1972, a mulher do presidente dos Estados Unidos, Neilia, sofreu um grave acidente automóvel. No carro seguiam Neilia e os três filhos do casal, Naomi, Beau e Hunter.

A mulher e Naomi, de 13 meses, morreram, enquanto os dois rapazes sobreviveram com ferimentos ligeiros.

A tragédia aconteceu quando Biden tinha apenas 30 anos e se tinha tornado, há poucas semanas, no senado mais novo da história dos EUA. Na altura, ponderou em abandonar a carreira política para ser pai a tempo inteiro.

 

 

 

 

 

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Numa entrevista em 2022, Biden partilhou os sentimentos que lhe ocorreram na altura afirmando sentir uma constante "sensação de sufoco", como se a sua vida lhe tivesse sido roubada. 

"Costumava sentar-me e pensar: vou beber uma garrafa de whiskey e embebedar-me", recorda, sobre a forma como lidou com o luto chegando mesmo a confessar: Deixem-me ir apenas ao Delawate Memorial (ponte) e saltar".

O amor que o salvou... até a morte voltar a surgir

Joe Biden voltaria a encontrar o amor três anos depois quando, num encontro às cegas, conheceu Jill, que se tinha divorciado recentemente. O casal casou em 1977 e teve um filha, em 1981, Ashley Biden.

 

 

 

 

 

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A tragédia voltou a assolar o homem em 2015, quando o seu filho Beau morreu, vítima de um cancro cerebral. Tinha 46 anos. Beau Biden, que serviu o exército dos EUA no Iraque era por muitos considerado um dos maiores orgulhos do pai e a sua morte voltou a abalar o político.

Beau Biden e o pai©Getty Images   

As 'dores de cabeça' de Biden têm um nome: Hunter

Ashley, a fila mais nova de Biden, é também a mais discreta, tendo optado por não fazer parte da vida pública do pai. Postura contrária teve Hunter, o filho problemático de Biden.

Hunter Biden e Joe© Reuters  

O empresário viu-se envolvido numa série de polémicas que envolvem drogas e sexo. O seu divórcio em 2017 pôs 'a nu' uma série de comportamentos erráticos, com a sua ex-mulher a denunciar que este era viciado em pornografia, que contratava prostitutas e tinha problemas de adição com drogas e álcool.

Entre as polémicas contam-se a descoberta de que tinha uma filha com uma prostituta, que mantivera uma relação com a mulher do seu falecido irmão, tendo Hunter justificado a  situação com uma ligação causada pela profunda dor que tinham estado devido à morte de Beau, e uma série de negócios suspeitos que chegaram a envolver o nome do pai.

O fim da carreira

O fim da carreira de Joe Biden fica também marcado por polémicas, desta vez associadas à sua saúde mental. Aos 81 anos, o presidente viu-se o seu nome ser muitas vezes usado para fazer referência a um estado de demência, usado para afirmar que não tinha condições para exercer o cargo que o povo americano lhe concedeu em 2020. 

Biden cedeu à pressão e abandonou a corrida este domingo.

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