Do lado do financiamento, desde domingo, estão a chegar à atual vice-Presidente norte-americana mensagens de apoio de grandes e pequenos doadores, sendo o dinheiro um elemento-chave de uma campanha presidencial nos Estados Unidos.
Na noite de domingo, o grupo ActBlue, especializado em angariação de fundos políticos e próximo do Partido Democrata, calculou em quase 47 milhões de dólares (43,1 milhões de euros) o valor recolhido para a campanha de Kamala Harris, sobretudo de pequenos financiadores.
Vários grandes doadores democratas posicionaram-se igualmente a favor da vice-presidente norte-americana, como Reid Hoffman, cofundador do LinkedIn, indicando nas redes sociais que "apoia Kamala Harris de todo o coração".
O presidente da Open Society Foundation, Alex Soros, filho do bilionário George Soros, por sua vez, apelou ao eleitorado para "se unir atrás de Kamala Harris e derrotar Donald Trump", o nome indicado pelo Partido Republicano para regressar à Casa Branca nas presidenciais de 05 de novembro.
A família Soros é conhecida por apoiar fortemente os candidatos, gastando dezenas de milhões de dólares em cada campanha eleitoral.
Na CNBC, o fundador do banco de investimento Evercore, Roger Altman, revelou que, como doador do centro financeiro de Nova Iorque, também vai apoiar Kamala Harris, acrescentando que espera que a sua campanha seja "muito bem financiada".
"De uma só vez, a base democrata passou de desmoralizada a entusiasta", comentou.
Mas outras vozes são a favor de um processo de seleção do candidato democrata, como um dos doadores do partido, o fundador da Sun Microsystems e investidor Vinod Khosla, que apela para "uma convenção aberta", com "um candidato democrata mais moderado".
O ex-autarca de Nova Iorque e bilionário Michael Bloomberg, por sua vez, disse na rede X que "há tempo suficiente para (...) determinar quem está melhor posicionado para vencer em novembro".
Kamala Harris, 59 anos, tem também visto multiplicar-se o apoio político entre as principais figuras democratas, como o governador da Califórnia, Gavin Newsom, ou da Pensilvânia, Josh Shapiro, ou mesmo do Michigan, Gretchen Whitmer, todos apontados como potenciais concorrentes democratas às eleições presidenciais.
Joe Biden anunciou no domingo que abdica da sua campanha de reeleição e que apoia Kamala Harris como possível sucessora depois de semanas de pressão interna para desistir da corrida.
O líder da Casa Branca, de 81 anos, cuja condição de saúde tem vindo a ser questionada, indicou que vai explicar posteriormente a sua decisão num discurso à nação.
Em menos de 24 horas, Kamala Harris já conseguiu garantir o apoio de mais de 700 de delegados entre os 1.986 necessários para poder ser a candidata presidencial do Partido Democrata segundo uma contagem elaborada pela AP.
Para ser candidata contra Trump em novembro, a vice-Presidente norte-americana tem de ser confirmada pelos delegados na Convenção Nacional Democrata, que vai decorrer em Chicago de 19 a 22 de agosto.
Leia Também: Ideias de Kamala sobre aborto ou clima marcam diferença para Trump