Biden diz-se "grato" a diretora dos Serviços Secretos após demissão

Diretora dos Serviços Secretos dos Estados Unidos demitiu-se, depois de admitir que a tentativa de assassínio do ex-presidente Donald Trump foi o "fracasso operacional mais significativo" da agência em décadas.

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© Drew Angerer/Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
23/07/2024 16:52 ‧ 23/07/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse estar "grato" a Kimberly Cheatle, diretora dos Serviços Secretos dos Estados Unidos, que anunciou esta terça-feira a sua demissão. 

 

"A Jill e eu estamos gratos à diretora Kimberly Cheatle pelas suas décadas de serviço público. Ao longo da sua carreira nos Serviços Secretos dos Estados Unidos, dedicou-se de forma altruísta e arriscou a vida para proteger a nossa nação. Agradecemos-lhe especialmente por ter respondido à chamada para liderar os Serviços Secretos durante a nossa Administração e estamos gratos pelo seu serviço à nossa família", declarou Biden, em comunicado.

Na mesma nota, o chefe de Estado norte-americano frisou que "como líder, é preciso honra, coragem e uma integridade incrível para assumir toda a responsabilidade por uma organização encarregada de um dos trabalhos mais difíceis do serviço público". 

Biden desejou "as maiores felicidades" a Kimberly Cheatle e adiantou que tenciona "nomear em breve" um novo diretor.

O presidente não esqueceu o ataque a Donald Trump, que levou a este desfecho para Cheatle, referindo que "a análise independente para apurar o que aconteceu a 13 de julho continua". "Aguardo com expetativa a avaliação das suas conclusões. Todos sabemos que o que aconteceu nesse dia não pode voltar a acontecer", defendeu.

Recorde-se que a responsável anunciou esta terça-feira que vai deixar o cargo, menos de duas semanas depois do ataque no comício de Trump na Pensilvânia e que deixou o candidato presidencial ferido numa orelha.

"Assumo total responsabilidade pela falha de segurança", escreveu Cheatle numa mensagem de correio eletrónico enviada hoje aos funcionários dos Serviços Secretos, reconhecendo que é com pesar que abandona o cargo.

Cheatle - que desempenhava as funções de diretora dos Serviços Secretos desde agosto de 2022 - enfrentou pressões crescentes para se demitir nos últimos dias devido a falhas de segurança no comício, mas insistiu desde o início que continuaria no cargo. Contudo, acabou por ceder, numa altura em que decorrem investigações sobre a forma como o atirador conseguiu chegar tão perto de Trump. 

De notar que, ontem, durante uma audição no Congresso dos Estados Unidos sobre o atentado contra o ex-líder da Casa Branca e candidato republicano nas eleições presidenciais de 05 de novembro, Kimberly Cheatle assumiu total responsabilidade pelos erros da agência relacionados com o ataque. 

"No dia 13 de julho, falhámos", afirmou Kimberly Cheatle perante a Comissão de Supervisão da Câmara dos Representantes.

Recorde-se que um participante no comício foi morto e dois outros ficaram feridos depois de Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, ter subido ao telhado de um edifício próximo e aberto fogo, antes de ser abatido no local. Vários congressistas haviam expressado indignação pela forma como o atirador conseguiu chegar tão perto do candidato presidencial republicano, quando deveria ser cuidadosamente vigiado. 

É pouco provável que a saída de Cheatle ponha fim ao escrutínio público da agência federal, após as falhas assumidas nos acontecimentos do passado dia 13 de julho. Também surge num momento crítico da política norte-americana: antes da Convenção Nacional Democrata (prevista para agosto em Chicago) e de uma movimentada época de campanha presidencial.

O Departamento de Segurança Interna, do qual dependem os Serviços Secretos, anunciou no domingo o início, por ordem de Joe Biden, de uma investigação independente sobre ameaças a membros de ambos os partidos, que deverá estar concluída no prazo de 45 dias.

A investigação será formada, entre outros, por Janet Napolitano, ex-secretária de Segurança Interna do ex-presidente Barack Obama (2009-2017), e Frances Townsend, ex-assessora de Segurança Nacional do ex-líder da Casa Branca George W. Bush (2001-2009).

No domingo, os jornais The Washington Post e The New York Times informaram que altos funcionários dos Serviços Secretos norte-americanos negaram repetidamente pedidos de mais recursos e pessoal para a segurança de Donald Trump nos dois anos anteriores à sua tentativa de assassinato.

[Notícia atualizada às 17h30]

Leia Também: Diretora dos Serviços Secretos dos EUA demite-se após atentado a Trump

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