"Trata-se de uma proposta do anterior governo que não foi submetida antes das eleições e que posso confirmar que o governo não irá retomar, em conformidade com a nossa posição de longa data de que cabe aos tribunais decidir", declarou uma porta-voz do executivo.
A mesma fonte sublinhou a importância que o atual governo britânico, em funções desde a vitória dos trabalhistas nas eleições de 04 de julho, atribui à separação de poderes e ao Estado de direito.
A decisão distancia o executivo trabalhista de Starmer dos planos do antigo primeiro-ministro conservador Rishi Sunak, que tinha planeado contestar o mandado.
Em maio, o procurador do TPI, Karim Khan, solicitou mandados de captura internacionais para Netanyahu, para o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, e para três líderes do grupo islamita palestiniano Hamas - Yehya Sinwar, Mohammed Deif e Ismail Haniyeh -- por alegados crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos na Faixa de Gaza e em Israel.
Netanyahu e outros dirigentes israelitas condenaram a iniciativa, considerando-a vergonhosa e antissemita, e o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou, na mesma altura, que "não pode haver equivalência entre Israel e o Hamas".
O prazo para apresentar uma contestação ao TPI terminava hoje.
Numa entrevista concedida ao jornal Sunday Times no final de maio, o procurador do TPI recusou-se a comparar as duas situações.
"Israel tem todo o direito de proteger a sua população e de recuperar os reféns. Mas ninguém tem o direito de cometer crimes de guerra ou crimes contra a humanidade", vincou então Khan.
A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 39 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
Leia Também: Biden pede a Netanyahu para concluir acordo de cessar-fogo