Londres desiste de contestação a mandado internacional contra Netanyahu

O gabinete do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou hoje que o Reino Unido não vai contestar o pedido do Tribunal Penal Internacional (TPI) de um mandado de captura contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

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© Jakub Porzycki/NurPhoto via Getty Images

Lusa
26/07/2024 15:50 ‧ 26/07/2024 por Lusa

Mundo

Keir Starmer

"Trata-se de uma proposta do anterior governo que não foi submetida antes das eleições e que posso confirmar que o governo não irá retomar, em conformidade com a nossa posição de longa data de que cabe aos tribunais decidir", declarou uma porta-voz do executivo.

 

A mesma fonte sublinhou a importância que o atual governo britânico, em funções desde a vitória dos trabalhistas nas eleições de 04 de julho, atribui à separação de poderes e ao Estado de direito.

A decisão distancia o executivo trabalhista de Starmer dos planos do antigo primeiro-ministro conservador Rishi Sunak, que tinha planeado contestar o mandado.

Em maio, o procurador do TPI, Karim Khan, solicitou mandados de captura internacionais para Netanyahu, para o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, e para três líderes do grupo islamita palestiniano Hamas - Yehya Sinwar, Mohammed Deif e Ismail Haniyeh -- por alegados crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos na Faixa de Gaza e em Israel.

Netanyahu e outros dirigentes israelitas condenaram a iniciativa, considerando-a vergonhosa e antissemita, e o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou, na mesma altura, que "não pode haver equivalência entre Israel e o Hamas".

O prazo para apresentar uma contestação ao TPI terminava hoje.

Numa entrevista concedida ao jornal Sunday Times no final de maio, o procurador do TPI recusou-se a comparar as duas situações.

"Israel tem todo o direito de proteger a sua população e de recuperar os reféns. Mas ninguém tem o direito de cometer crimes de guerra ou crimes contra a humanidade", vincou então Khan.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 39 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

Leia Também: Biden pede a Netanyahu para concluir acordo de cessar-fogo

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