Os combates, a uma escala que não se via há meses, começaram na quinta-feira entre o exército e os separatistas na cidade de Tinzaouatene, perto da fronteira com a Argélia, depois de o exército ter anunciado que tinha tomado o controlo de In-Afarak, um cruzamento comercial 122 quilómetros a noroeste de Tessalit, na região de Kidal.
A junta no poder no Mali desde 2020 fez da reconquista do território nacional uma das suas prioridades.
Desde o final de 2023, os grupos separatistas armados perderam o controlo de várias cidades do norte, na sequência de uma ofensiva do exército maliano que culminou com a tomada de Kidal, um reduto das reivindicações independentistas e um importante problema de soberania para o governo central.
"Posso confirmar que os combates recomeçaram hoje em direção a Zakak", declarou à AFP Almou ag Mohamed, um dos porta-vozes de uma aliança de grupos armados separatistas maioritariamente tuaregues (CSP-DPA), assegurando que 'o inimigo está em fuga'.
"Os confrontos recomeçaram hoje em Zakak, na estrada para Kidal, entre os rebeldes do CSP e os soldados Wagner e malianos", disse uma fonte humanitária no norte do país.
"Tudo o que posso dizer é que, neste sábado, as forças armadas malianas continuam a defender a integridade territorial na região de Kidal", disse uma fonte militar maliana.
O exército maliano informou também que um helicóptero tinha feito uma "aterragem de emergência" após ter encontrado "dificuldades", sem causar vítimas. Segundo um porta-voz do CSP, foram os separatistas que "atingiram o helicóptero" que acabou por se despenhar.
A ofensiva no norte do país deu origem desde 2022 a numerosas alegações de abusos cometidos contra a população civil pelas forças malianas e os seus aliados russos, situações que as autoridades malianas negam.
Desde 2012, o Mali tem sido assolado pelas atividades de grupos filiados na Al-Qaeda e no Estado Islâmico, bem como pela violência perpetrada por grupos comunitários e criminosos.
Desde 2022, a junta liderada pelo coronel Assimi Goïta multiplicou os seus atos de rutura. Quebrou a sua aliança de longa data com a França e os seus parceiros europeus, aliando-se, militar e politicamente, à Rússia.
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