"A Embaixada de Portugal na Venezuela e os Consulados-Gerais em Caracas e Valência acompanham, em permanência, a Comunidade Portuguesa residente no país e apelam a que os cidadãos portugueses se mantenham tranquilos, evitando deslocações não necessárias" afirma a embaixada na sua página do Instagram.
Segundo estimativas dos consulados-gerais de Portugal nas cidades de Caracas e Valência, estão na Venezuela cerca de 600 mil portugueses e lusodescendentes.
O apelo da Embaixada ocorre num dia em que milhares de venezuelanos, com gritos de "Até ao fim" e "este governo vai cair", foram hoje para as ruas rejeitar os resultados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que deram a vitória de Nicolás Maduro nas presidenciais de domingo.
Os protestos começaram em várias regiões do interior do país, entre elas o estado de Falcón, estendendo-se depois a outras localidades, inclusive à cidade Caracas, onde as populações de bairros encontram-se desde há várias horas nas ruas.
Na zona leste da capital, no bairro pobre de Petare, tido como o maior da América Latina, várias pessoas, algumas delas encapuzadas, saíram às ruas gritando palavras de ordem contra Nicolás Maduro, tendo destruído cartazes da sua campanha.
Centenas de manifestantes, a pé e em motocicleta, foram desde o centro de Petare até aos armazéns do Conselho Nacional Eleitoral em Mariche, gritando e cantando, aos gritos, "vai cair, este Governo vai cair" e "vamos até ao fim".
As forças de segurança reprimiram vários protestos, em Chacaíto e em Altamira, ambas a leste, tendo detido várias pessoas, algumas delas de maneira violenta, segundo a transmissão por Youtube do canal VPI TV.
Entretanto, segundo o Foro Penal (FP) até às 17:00 horas locais (22:00 horas em Lisboa) foram detidas 13 pessoas no âmbito de manifestações pós-eleições.
Ainda em Caracas, os manifestantes terão resgatado um funcionário da Guarda Nacional Bolivariana (polícia militar) que foi abandonado pelos seus companheiros.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou hoje oficialmente como Presidente Nicolás Maduro, para o período 2025-2031.
Segundo o CNE, Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos, tendo obtido 5,15 milhões de votos.
O principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, obteve pouco menos de 4,5 milhões de votos (44,2%), segundo os dados oficiais divulgados pelo CNE.
A oposição venezuelana reivindica a vitória nas eleições presidenciais de domingo, com 70% dos votos para o candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, afirmou a líder opositora María Corina Machado, recusando-se a reconhecer os resultados proclamados pelo CNE.
Vários países já felicitaram Maduro pela vitória, como Rússia, Nicarágua, Cuba, China e Irão, mas outros demonstraram grande preocupação com a transparência das eleições na Venezuela como Portugal, Espanha e Estados Unidos.
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