"Estamos a seguir atentamente as notícias sobre o assassinato do chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerão. A UE tem uma posição de princípio de rejeição das execuções extrajudiciais e de apoio ao Estado de direito, incluindo a justiça penal internacional", disse à agência Lusa o porta-voz europeu para os Assuntos Externos e a Política de Segurança, Peter Stano.
"Recordamos que a UE e outros parceiros classificaram o Hamas como uma organização terrorista e que o Procurador do TPI [Tribunal Penal Internacional] estava a tentar obter um mandado de captura contra Ismail Haniyeh sob várias acusações de crimes de guerra", acrescentou o representante.
Falando à Lusa em nome da diplomacia comunitária, Peter Stano apelou "a todas as partes para que exerçam a máxima contenção e evitem qualquer nova escalada" de tensões.
"Nenhum país e nenhuma nação têm a ganhar com uma nova escalada no Médio Oriente", adiantou.
O grupo islamista palestiniano Hamas confirmou hoje a morte do seu líder político, Ismail Haniyeh, num ataque em Teerão, Irão, onde se encontrava em visita oficial, e responsabilizou Israel pelo ataque, alertando que tal ato "não ficará impune".
Até ao momento, as autoridades israelitas não reivindicaram a autoria do ataque, nem o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, não se pronunciou sobre o assunto.
Israel e o Hamas estão envolvidos numa guerra na Faixa de Gaza desde outubro passado.
A guerra em curso foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 39 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
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