Após as eleições, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ratificou Nicolás Maduro como Presidente, uma vitória questionada pela comunidade internacional e pelo bloco opositor anti-chavismo (relativo ao antigo regime liderado por Hugo Chávez e do qual Maduro é herdeiro), que teve como candidato no escrutínio de domingo o antigo diplomata Edmundo González Urrutia.
"Agradecemos à ONU, OEA (Organização dos Estados Americanos), União Europeia (UE), Estados Unidos, Brasil, Colômbia, Chile, México, Argentina, Espanha, Itália, Portugal, Peru, Costa Rica, El Salvador, Uruguai, Equador, Panamá, Guatemala, República Dominicana e Paraguai, por instarem ao respeito pela vontade dos venezuelanos expressa a 28 de julho", escreveu González Urrutia na rede social X.
Agradecemos a la ONU, OEA, Unión Europea, los Estados Unidos, Brasil, Colombia, Chile, México, Argentina, España, Italia, Portugal, Perú, Costa Rica, El Salvador, Uruguay, Ecuador, Panamá, Guatemala, República Dominicana y Paraguay, por instar al respeto de la voluntad de los…
— Edmundo González (@EdmundoGU) July 31, 2024
O opositor também lembrou que isso foi expresso no sistema jurídico venezuelano e apoiado pelo Centro Carter, organização que foi convidada pelo CNE para ser observadora no ato eleitoral.
Num comunicado publicado na terça-feira, a organização sem fins lucrativos fundada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter garantiu que a eleição "não cumpriu os parâmetros e padrões internacionais de integridade eleitoral e, portanto, não pode ser considerada democrática".
A organização sublinhou que o CNE, que declarou Maduro vencedor com mais de dois milhões de votos ainda por contar, não anunciou os resultados discriminados por mesa de voto, o que "constitui uma grave violação dos princípios eleitorais".
A declaração do Centro Carter é prévia ao relatório final da missão de observação na Venezuela, que será publicado em breve e que irá "pormenorizar todas as irregularidades".
Apesar de, segundo o CNE, Maduro ter ganho por 704.114 votos, o maior bloco da oposição venezuelana, a Plataforma Unitária Democrática, afirma ter em sua posse 85% dos registos de votação, que dão a vitória ao seu candidato, González Urrutia, por uma larga margem.
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