O número de detidos foi anunciado pelo procurador-geral Tareck William Saab numa comunicação ao país em que acusou a oposição venezuelana de usar grupos estruturados de criminalidade organizada para atos de vandalismo, usando uma linguagem criminosa e simulando atos puníveis.
"Se as investigações determinarem que alguns [dos detidos] não estão envolvidos, será feita justiça e vão ser libertados", mas os responsáveis "vão ser privados da liberdade durante muitos anos", disse Saab.
O procurador apresentou vários vídeos mostrando indivíduos encapuzados, fazendo ameaças de morte, queimando bens públicos, alegando que os responsáveis, depois de detidos, confessaram ter recebido dinheiro para realizar atos de vandalismo.
Alegou ainda que alguns dos detidos chegaram a simular ferimentos de morte, utilizando molho de tomate para fazer com que parecesse sangue.
"Não haverá impunidade (...) apesar do facto de os detidos, em lágrimas, terem pedido para serem libertados", frisou.
Sem divulgar o número total de mortos no país, Saab, explicou que 77 funcionários das forças de segurança foram feridos e um deles assassinado, no estado venezuelano de Arágua, 100 quilómetros a oeste de Caracas.
A líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado, anunciou hoje que 16 pessoas morreram durante os protestos contra a contestada reeleição do Presidente Nicolas Maduro, denunciando a "escalada cruel e repressiva do regime" na Venezuela.
"Alerto o mundo para a escalada cruel e repressiva do regime, que até à data contabilizou mais de 177 detenções arbitrárias, 11 desaparecimentos forçados e pelo menos 16 assassínios nas últimas 48 horas", escreveu Machado no X.
O Presidente da Venezuela anunciou, terça-feira um reforço do patrulhamento militar e policial, acompanhado por mobilizações do chavismo.
"A partir de hoje e durante todos os dias que estão por vir, até consolidarmos a paz, que se cumpra a ordem de patrulhamento militar e policial em todas as cidades venezuelanas e (...) o povo mobilizado nas ruas, todos os dias", disse Maduro perante centenas de apoiantes que marcharam desde o populoso bairro de Petare (leste da capital) até ao palácio presidencial de Miraflores, no centro.
O Presidente da Venezuela disse que, a partir de 31 de julho, vão decorrer jornadas de mobilização das forças populares para "ativar a agenda" que assumiu e convidou os venezuelanos a realizar, no próximo sábado, a "mãe de todas as marchas" para celebrar a vitória nas presidenciais de domingo, em Caracas.
A Venezuela regista desde segunda-feira protestos em várias regiões do país contra os resultados anunciados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
O CNE da Venezuela proclamou oficialmente, na segunda-feira, Nicolás Maduro como Presidente para o período 2025-2031.
De acordo com os dados oficiais do CNE, Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,2% dos votos, tendo obtido 5,15 milhões de votos.
O principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, obteve pouco menos de 4,5 milhões de votos (44,2%), indicou o CNE.
A oposição venezuelana reivindica a vitória nas eleições presidenciais, com 70% dos votos para Gonzalez Urrutia, afirmou a líder opositora María Corina Machado, tendo tornadas públicas atas da larga maioria das mesas de voto para sustentar a reclamação.
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