A declaração da ONG baseia-se nas informações hoje avançadas pela imprensa dos Estados Unidos, que dá conta de que Gershkovich estará envolvido numa grande troca de prisioneiros entre Moscovo e o Ocidente.
"Estamos imensamente aliviados por saber que a provação de 16 meses de Evan Gershkovich deverá finalmente chegar ao fim. Aguardamos ansiosamente a notícia do seu regresso em segurança aos Estados Unidos", declarou Rebecca Vincent, diretora de campanhas da RSF, em comunicado enviado à agência noticiosa francesa AFP.
Vincent acrescentou, porém, que os RSF continuam "profundamente preocupados com a detenção contínua de mais de 40 outros jornalistas na Rússia", incluindo a jornalista russo-americana Alsu Kurmasheva.
Os 'media' norte-americanos avançaram hoje que a Rússia e o Ocidente, nomeadamente os Estados Unidos, chegaram a acordo sobre uma importante troca de prisioneiros, que inclui a libertação de vários cidadãos norte-americanos, como Gershkovich.
O acordo, que parece ser um dos maiores desde a Guerra Fria, inclui também a libertação do ex-fuzileiro Paul Whelan, segundo a estação televisiva CNN, enquanto o canal ABC refere que outros países ocidentais estão envolvidos na troca.
Acusado de espionagem, Gershkovich, jornalista do The Wall Street Journal, está detido na Rússia desde março de 2023 e foi condenado em julho passado a 16 anos de prisão.
A Rússia há muito que está interessada em recuperar o seu cidadão Vadim Krasikov, condenado na Alemanha em 2021 pelo assassinato de um antigo rebelde checheno num parque de Berlim, dois anos antes, aparentemente por ordem dos serviços de segurança de Moscovo.
Até ao momento, não houve qualquer confirmação por parte das autoridades norte-americanas e o Kremlin (presidência russa) recusou-se hoje a comentar o assunto.
"Ainda não tenho qualquer comentário a fazer sobre este assunto", disse o porta-voz presidencial, Dmitri Peskov.
Durante as últimas semanas, aumentaram as especulações sobre a iminência de uma grande troca de prisioneiros, depois de vários prisioneiros detidos na Rússia terem desaparecido das colónias penais onde cumpriam as respetivas penas, o que não é habitual.
Se a troca de prisioneiros se concretizar, será a primeira entre Moscovo e o Ocidente desde a libertação, em dezembro de 2022, da jogadora de basquetebol norte-americana Brittney Griner, detida na Rússia por acusações de tráfico de droga, em troca da libertação do famoso traficante de armas russo Viktor Bout, preso nos Estados Unidos.
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