"Esperámos 491 dias". Família de jornalista do WSJ reage à sua libertação

Ella Milman, Mikhail Gershkovich e Danielle Gershkovich apontaram que, agora, "o mais importante é cuidar do Evan" e estarem "juntos novamente". 

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Notícias ao Minuto com Lusa
01/08/2024 23:04 ‧ 01/08/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Evan Gershkovich

A família de Evan Gershkovich, o jornalista do Wall Street Journal (WSJ) que foi acusado de espionagem e condenado pela justiça russa a 16 anos de prisão, salientou que, ao fim de "491 dias" mal pode esperar "para lhe dar o maior abraço", no rescaldo da troca de prisioneiros entre o Ocidente e a Rússia, esta quinta-feira.

 

"Esperámos 491 dias pela libertação do Evan e é difícil descrever o que sentimos hoje. Mal podemos esperar para lhe dar o maior abraço e ver de perto o seu sorriso doce e corajoso", escreveram os familiares do jornalista, num comunicado divulgado pelo WSJ.

Ella Milman, Mikhail Gershkovich (pais) e Danielle Gershkovich (irmã) apontaram ainda que, agora, "o mais importante é cuidar do Evan" e estarem "juntos novamente". 

"Nenhuma família deveria ter de passar por isto e, por isso, partilhamos hoje o alívio e a alegria com as famílias de Paul [Whelan] e Alsu [Kurmasheva]", reforçaram.

O trio não deixou de agradecer ao presidente norte-americano, Joe Biden, ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, ao conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, ao chanceler alemão Olaf Scholz, "e a todos os funcionários dos EUA ou de governos estrangeiros que ajudaram a libertar Evan".

"A nossa família tem sentido tanto amor e apoio dos colegas jornalistas de Evan, dos seus maravilhosos amigos e de muitas, muitas pessoas em todo o mundo. Isso fez a diferença para o Evan e para nós. E agradecemos especialmente aos colegas de Evan na Dow Jones e no The Wall Street Journal. Cuidaram de Evan e de toda a nossa família desde o início, e estamos eternamente gratos", remataram.

O mesmo meio revelou também que Gershkovich preencheu um pedido formal de clemência endereçado ao presidente russo, Vladimir Putin, tendo aproveitado "um longo espaço em branco que o prisioneiro poderia preencher, se quisesse, ou, simplesmente, como era de esperar, deixar em branco", para convidar o chefe de Estado para uma entrevista.

"No alto russo formal que tinha aperfeiçoado ao longo de 16 meses de prisão, o correspondente do WSJ na Rússia preencheu a página. A última linha apresentava uma proposta sua: após a sua libertação, estaria Putin disposto a sentar-se à mesa para uma entrevista?", lê-se.

De acordo com a presidência turca, que assumiu ter coordenado a operação, a troca de prisioneiros envolveu 26 pessoas de prisões de sete países diferentes: Estados Unidos, Alemanha, Polónia, Eslovénia, Noruega, Rússia e Bielorrússia.

Entre o lote de prisioneiros libertados, além de Evan Gershkovich e do o ex-fuzileiro norte-americano Paul Whelan, preso na Rússia desde o final de 2018, estava Vadim Krassikov, um alegado agente russo preso na Alemanha pelo assassinato de um ex-comandante separatista checheno em Berlim em 2019, bem como Rico Krieger, um alemão condenado na Bielorrússia por terrorismo, e o opositor russo Ilia Iachine, condenado no final de 2022 a oito anos e meio de prisão por ter denunciado crimes imputados à Rússia na Ucrânia.

O opositor russo Vladimir Kara-Murza, que estava a cumprir uma pena de 25 anos por traição, também constav da lista de prisioneiros libertados.

Durante as últimas semanas, aumentaram as especulações sobre a iminência de uma grande troca de prisioneiros, depois de vários prisioneiros detidos na Rússia terem desaparecido das colónias penais onde cumpriam as respetivas penas, o que não é habitual.

Leia Também: "Mau acordo". Donald Trump critica troca de prisioneiros com Rússia

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