Guerra? Mais de metade dos ucranianos querem negociações com Rússia
A maioria dos ucranianos acredita que as autoridades devem começar a negociar com a Rússia para acabar a guerra desencadeada pela invasão russa em fevereiro de 2022, revelou hoje uma sondagem financiada pelos EUA e Suécia.
© ROMAN PILIPEY/AFP via Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
Segundo o estudo de opinião, realizado em maio pelo Instituto Internacional de Sociologia em Kyiv, 57 por cento (%) dos ucranianos defendem o início das negociações entre Kyiv e Moscovo, mas 38% opõem-se.
Esta é a primeira sondagem publicada desde o início da guerra em que a maioria dos ucranianos é a favor da abertura de negociações para pôr fim ao conflito.
Ao mesmo tempo, 66% dos inquiridos afirmam que a Ucrânia deve recuperar todos os seus territórios, incluindo a Crimeia e as áreas nas regiões orientais de Donetsk e Luhansk, onde os rebeldes pró-russos declararam repúblicas independentes em 2014, quando a Rússia anexou a península do Mar Negro.
Além disso, 74% e 76%, respetivamente, rejeitam a renúncia da Ucrânia às suas aspirações de aderir à NATO e à União Europeia (UE) no quadro de um hipotético acordo de paz com a Rússia.
A sondagem foi realizada por telefone, entre 8 e 25 de maio, junto de mais de 2.500 adultos residentes nos territórios ucranianos sob o controlo do governo de Kyiv, cujos números de telemóvel foram escolhidos aleatoriamente.
A possibilidade de negociações com a Rússia ganhou proeminência no discurso oficial de Kyiv e na conversa pública ucraniana, tendo como pano de fundo os avanços limitados mas constantes da Rússia na linha da frente e a falta de qualquer perspetiva aparente de o exército ucraniano conseguir inverter esta situação.
Nas últimas semanas, o Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, tiveram contactos diretos e públicos com vários líderes que defendem negociações para pôr fim à guerra o mais rapidamente possível, como o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, o candidato presidencial norte-americano, Donald Trump, e o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi -- todos de países com ligações ao Kremlin.
Zelensky anunciou que apresentará um plano de paz detalhado antes do final do ano, que poderá ser apresentado à Rússia depois de receber o aval de parte da comunidade internacional.
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