Até ao momento, o grupo xiita libanês anunciou, numa série de comunicados, um ataque de artilharia contra um grupo de soldados no norte do Estado judaico, um disparo de um foguete contra um posto militar e mais disparos de artilharia contra uma segunda posição militar.
A unidade de defesa aérea do país reivindicou ter disparado mísseis contra caças israelitas que sobrevoavam o sul do Líbano, "obrigando-os a recuar e a retirar-se para além das fronteiras libanesas com a Palestina ocupada".
A formação xiita não tinha reivindicado a responsabilidade por qualquer ação desde o bombardeamento de terça-feira à noite, que matou o seu principal comandante nos arredores de Beirute, até ao final de quinta-feira, quando respondeu à morte de quatro civis sírios em Chama, no sul do Líbano.
Todas estas ações são consideradas parte da dinâmica de rotina em curso nas zonas fronteiriças desde o início do fogo cruzado com Israel, a 08 de outubro de 2023, um dia depois do eclodir da guerra de Gaza.
No entanto, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirmou, num discurso proferido quinta-feira, que iria responder energicamente ao bombardeamento que matou Shukr, um conselheiro militar iraniano e cinco civis nos arredores de Beirute, ferindo cerca de 80 outras pessoas.
O Médio Oriente está em alerta máximo à espera de uma resposta, sobretudo a prometida pelo Irão após o assassínio do chefe político do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, na madrugada de quarta-feira em Teerão.
Ainda quinta-feira, o Hezbollah anunciou ter lançado dezenas de foguetes do tipo 'Katyusha' contra o norte de Israel, em resposta ao ataque israelita contra a localidade de Chama.
O Exército israelita confirmou que numerosos projéteis atravessaram o território israelita vindos do Líbano, acrescentando que intercetou alguns deles.
"O restante caiu em áreas abertas", referiu ainda.
A violência na fronteira entre o Hezbollah e Israel começou logo após o início da guerra em Gaza, desencadeada por um ataque do Hamas palestiniano em solo israelita, que causou pelo menos 542 mortos, a maioria combatentes, mas também 114 civis, segundo uma contagem da AFP.
Pelo menos 22 soldados e 25 civis foram mortos do lado israelita, incluindo 12 jovens, num ataque com foguetes nos Montes Golã, segundo dados do Exército.
Também hoje, o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, denunciou a "perigosa" escalada israelita e reiterou que o Líbano não quer um conflito.
"Estamos a enfrentar uma escalada israelita sistemática e perigosa (...). Por isso, reafirmamos o direito de defender a nossa terra, soberania e dignidade por todos os meios possíveis", disse Mikati num discurso por ocasião do Dia do Exército.
Mikati criticou que "nenhum sinal" aponte para um fim da "arrogância israelita", mas insistiu que o país não está interessado num conflito aberto com o Estado judaico.
"Nós optamos por uma paz e estabilidade duradouras que garantam a devolução das zonas ocupadas do nosso querido sul", sentenciou o dirigente libanês em referência a territórios libaneses ocupados por Israel na última incursão contra o Hezbollah, que tem o seu refúgio no país.
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