"Agradecemos aos Estados Unidos por reconhecerem a vontade do povo venezuelano refletida na nossa vitória eleitoral e por apoiarem o processo de restauração das normas democráticas na Venezuela", afirmou nas redes sociais Urrutia, da aliança de partidos da oposição Mesa de Unidade Democrática (MUD).
Urrutia condenou ainda um ataque de homens armados, hoje contra a sede do partido da dirigente da oposição María Corina Machado, a sul de Caracas .
"Condenamos o ataque contra as instalações (...). Está a aumentar a repressão contra o povo venezuelano que a 28 de julho se expressou nas urnas a e perseguição contra as nossas equipas", afirmou noutra outra mensagem no X.
María Corina Machado denunciou hoje um assalto à sua sede, durante a madrugada, quando seis homens armados e com o rosto coberto "subjugaram os seguranças" para "levar equipamentos e documentos".
"Urgente. Assalto às 3 a.m. com armas de fogo em 'El Bejucal', sede nacional do Comando Con Venezuela e escritório de María Corina Machado. Seis homens encapuzados e sem identificação subjugaram os seguranças, ameaçaram-nos e prosseguiram, a pintar, partir portas e levar equipamentos e documentos", relatou o partido político, Vamos Venezuela, através do X.
Na mensagem publicada na rede social, acompanhada de dois vídeos e uma fotografia, o partido denunciou "o ataque e a insegurança" a que os seus membros estão a ser "submetidos", segundo sublinhou, "por razões políticas".
A força partidária também alertou "o mundo" para a necessidade de proteção dos seus membros.
O secretário de Estado norte-americano afirmou que os Estados Unidos reconhecem a vitória do candidato da oposição nas presidenciais da Venezuela, com base em "provas incontestáveis".
"Tendo em conta provas incontestáveis, é claro para os Estados Unidos e, sobretudo, para o povo venezuelano, que Edmundo Gonzalez Urrutia obteve mais votos na eleição presidencial de 28 de julho", disse Antony Blinken, em comunicado divulgado na quinta-feira.
O chefe da diplomacia dos EUA disse considerar válida a contagem de votos apresentada pela oposição, liderada por María Corina Machado, que representa 80% das assembleias de voto e mostra que González Urrutia "recebeu a maioria dos votos com uma margem insuperável".
De acordo com a página resultadosconvzla.com, hoje, quando afirmam ter digitalizado 81,25% das atas, Edmundo González soma 67% dos votos (7.173.152 votos), contra 30% para Maduro (3.250.424).
Na segunda-feira, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano proclamou Maduro Presidente eleito do país para o período 2025-2031, com 51,2% (5,15 milhões) dos votos.
O principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, obteve 44,2% (pouco menos de 4,5 milhões de votos), indicou o CNE.
A oposição venezuelana reivindicou a vitória nas presidenciais, com 70% dos votos para Gonzalez Urrutia, com a líder opositora María Corina Machado a recusar reconhecer os resultados oficiais.
O Centro Carter (CC), uma das organizações convidadas pelas Governo venezuelano para observar as presidenciais, disse na terça-feira que não foi capaz de verificar os resultados das eleições, culpando as autoridades por uma "falta completa de transparência" ao declarar Maduro o vencedor.
"As eleições presidenciais na Venezuela não se adequaram aos parâmetros e padrões internacionais de integridade eleitoral e não podem ser consideradas como democráticas", indicou o centro, num comunicado divulgado na sua página na internet.
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