De acordo com as previsões da análise da segurança alimentar do 'Cadre Harmonisé' de março, 2,3 milhões de pessoas vão sofrer de fome aguda na Guiné-Bissau, Serra Leoa e Mauritânia entre junho e agosto, citou o PAM em comunicado, adiantando que esta ajuda vai também beneficiar 81.600 refugiados malianos.
"Esta contribuição [sul-coreana] é particularmente crucial num contexto em que milhões de famílias lutam para satisfazer as suas necessidades alimentares e nutricionais básicas devido aos efeitos cumulativos da crise climática, dos conflitos e da insegurança, bem como dos elevados custos dos alimentos e dos combustíveis na África Ocidental, que tornam os alimentos inacessíveis às famílias vulneráveis", explicou.
Segundo um representante do Ministério da Agricultura, Alimentação e Assuntos Rurais (MAFRA) da República da Coreia [Coreia do Sul], Yongho Jung, a doação de arroz deste ano duplicou e, pela primeira vez, estão "a apoiar três países da África Ocidental" com este cereal.
"A República da Coreia recebeu ajuda alimentar da comunidade internacional no passado e agora queremos retribuir essa ajuda. Espero que (...) transmita uma mensagem de esperança aos refugiados e aos jovens estudantes que estão a enfrentar graves crises alimentares", acrescentou Jung.
De acordo com o PAM, na Guiné-Bissau, Serra Leoa e Mauritânia as refeições escolares representam "uma rede de segurança fundamental para as famílias vulneráveis e constituem um incentivo significativo para os pais manterem os filhos na escola", aumentando a atenção nas aulas e atenuando o abandono escolar.
À medida que as escolas tentam voltar à normalidade após a pandemia da covid-19, as refeições escolares nutritivas e as rações para levar para casa desempenham um papel fundamental na maximização da retenção dos alunos nas escolas e na melhoria da nutrição das crianças, salientou.
"Na Guiné-Bissau, onde as crises económicas e climáticas estão a fazer aumentar a fome e a subnutrição, o PAM vai distribuir 2.400 toneladas de arroz a 180.000 crianças em 850 escolas durante quatro meses, prestando um apoio nutricional essencial às crianças em idade escolar", indicou.
Como resposta a esta doação, o diretor e representante do PAM na Guiné-Bissau, Claude Kakule, agradeceu o gesto do Governo sul-coreano e salientou que "esta contribuição oportuna - após um período de escassez de alimentos no país - será crucial para aumentar as taxas de matrículas e retenção escolar no início do próximo ano letivo".
Na Serra Leoa, a doação complementará os esforços do Governo para responder às necessidades alimentares e nutricionais de 106.700 alunos em 494 escolas primárias em todo o país, frisou.
Já na Mauritânia, uma parte da contribuição sul-coreana será utilizada para complementar a assistência alimentar geral a 81.600 refugiados malianos no campo de refugiados de Mbera durante 11 meses e outra será utilizada para fornecer refeições escolares a 7.700 crianças refugiadas e 46.800 crianças das comunidades de acolhimento durante nove meses, de outubro de 2024 a junho de 2025, concluiu o PAM.
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