"Incapaz de derrotar a Rússia no campo de batalha, o regime criminoso de (Volodymyr) Zelensky decidiu abrir uma 'segunda frente' em África e está a apoiar grupos terroristas em Estados amigos de Moscovo no continente", afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, citada pela agência de notícias russa Ria Novosti.
Os seus comentários surgem mais de uma semana após um ataque no Mali em que dezenas de combatentes do grupo Wagner e soldados malianos foram mortos, segundo a agência France-Presse (AFP), que reporta às informações transmitidas por separatistas e terroristas.
Os analistas concordam que esta derrota é a mais pesada que o grupo Wagner sofreu numa única batalha em África.
Após estes acontecimentos sem precedentes, um oficial dos serviços secretos militares ucranianos, Andriï Youssov, insinuou que Kiev tinha fornecido informações aos rebeldes para que estes pudessem levar a cabo o seu ataque.
Estas afirmações provocaram a ira das autoridades malianas, que acusaram Youssov de ter "confessado o envolvimento da Ucrânia num ataque cobarde, traiçoeiro e bárbaro", criticando Kiev por "apoiar o terrorismo internacional".
Na sequência desta situação, o Mali anunciou no domingo o corte de relações diplomáticas com Kiev, seguido na terça-feira pelo Níger, o outro país a aproximar-se da Rússia após a chegada ao poder de regimes militares hostis aos países ocidentais.
Kiev lamentou a decisão "precipitada" de Bamako, afirmando que "adere incondicionalmente às normas do direito internacional" e "rejeita firmemente as acusações do Governo de transição do Mali".
Em 2022, a junta do Mali rompeu a sua aliança de longa data com a França e os seus parceiros europeus para se virar militar e politicamente para a Rússia.
No contexto do seu ataque à Ucrânia, lançado em fevereiro de 2022, a Rússia intensificou os seus esforços diplomáticos em África para competir com o Ocidente em países que têm sido tradicionalmente seus aliados.
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