Nomeação de Walz assinalada com ceticismo nas redes sociais da China

A nomeação do governador do Minnesota, Tim Walz, como candidato democrata à vice-presidência dos Estados Unidos da América (EUA) não passou despercebida na China, onde o político foi professor durante um ano, em 1989, facto omitido pela imprensa chinesa.

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© Stephen Maturen/Getty Images

Lusa
07/08/2024 12:45 ‧ 07/08/2024 por Lusa

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O facto não foi, porém, esquecido pelos utilizadores das redes sociais chinesas que recordaram que Walz, professor de História e treinador de futebol antes de se dedicar à política, passou um ano a ensinar inglês e História dos EUA numa escola secundária da cidade de Foshan, na província de Guangdong, sudeste da China, em 1989, ano do massacre dos manifestantes da Praça Tiananmen, em Pequim.

"Um rival que nos conhece tão bem é perigoso", comentou um utilizador na rede social Weibo, equivalente à rede social X, enquanto outro sublinhou que "muitos dos estrangeiros que viviam no país nessa altura eram espiões ou maltratavam a China".

"A verdade é que ele estava numa China muito diferente da atual", disse outro internauta, que manifestou esperança de que a experiência de Walz no terreno "sirva, pelo menos, para promover os intercâmbios culturais" entre os dois países.

Outro utilizar advertiu que "quem ganhar em novembro não vai ser simpático para a China".

A imprensa estatal chinesa noticiou a nomeação de Walz, que será o companheiro da candidata democrata à Casa Branca (presidência norte-americana) Kamala Harris, atual vice-presidente, nas eleições de novembro, e analisou a sua personalidade política, mas omitiu qualquer menção à sua passagem pelo país.

A nomeação de Tim Walz foi anunciada na terça-feira.

Em setembro de 1990, depois de regressar da China, Walz publicou um artigo no jornal Star-Herald em que descreveu a sua estadia no país como "uma das melhores coisas" que alguma vez tinha vivido.

No artigo, sublinhou que tinha sido tratado "excecionalmente bem", que não havia "qualquer sentimento antiamericano na China" e que muitos dos estudantes chineses queriam estudar nos Estados Unidos no futuro.

No mesmo texto, Walz contou que viajou mais de 40 horas de comboio para visitar Pequim e a Praça Tiananmen, onde teve lugar o massacre.

"Esse lugar guardará para sempre muitas recordações amargas", afirmou no artigo, no qual acusou o Governo chinês de "mentir ao povo durante anos".

"Não há limites para o que os chineses podem alcançar se tiverem a liderança certa. São pessoas tão amáveis, generosas e capazes", acrescentou.

A China tem evitado comentar as eleições presidenciais norte-americanas, marcadas para 05 de novembro.

Nas aparições públicas, os porta-vozes do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês limitaram-se a afirmar que as eleições são "um assunto interno" dos EUA e que "não farão comentários sobre o assunto".

Leia Também: Tim Walz, o "soldado mais graduado" que Kamala Harris apontou para 'vice'

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