Seis estudantes polacos e um professor da Universidade de Varsóvia, que participavam num programa de estudo da língua Hausa, foram detidos no início da semana no estado de Kano, no norte da Nigéria.
Um porta-voz dos serviços secretos nigerianos afirmou que foram detidos por transportarem bandeiras russas durante um protesto - algo que as autoridades polacas dizem considerar improvável.
O ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radek Sikorski, disse nas redes sociais que o cônsul polaco em Abuja, capital da Nigéria, reuniu-se hoje com os estudantes detidos, que estão alojados num hotel, enquanto a Polónia procura esclarecer a sua situação legal.
"Agradeço às autoridades nigerianas a cooperação prestada até à data. As famílias estão a ser informadas; em breve receberão uma fotografia do encontro", escreveu Sikorski nas redes sociais.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Jakub Wisniewski, disse à imprensa que apelou à Nigéria para que permita que os estudantes e o professor regressem a casa para junto das suas famílias, depois de se ter reunido separadamente com o encarregado de Negócios da Nigéria e com as famílias dos polacos detidos.
"Durante a reunião, disse que estava convencido de que o comportamento dos estudantes poderia ter resultado do seu desconhecimento dos costumes, da cultura e das leis locais. Apelei para a possibilidade de regressarem à Polónia, às suas casas, onde as suas famílias os esperam", disse Wisniewski.
O governante polaco disse não acreditar que os estudantes estivessem a transportar bandeiras russas.
O sentimento pró-russo é raro na Polónia, que ainda guarda más recordações do domínio russo no passado.
Atualmente, a sociedade polaca é profundamente crítica em relação à agressão russa na Ucrânia, a qual apoia fortemente.
Wisniewski referiu que existe atualmente um recolher obrigatório e uma proibição de manifestações na Nigéria, onde se têm verificado grandes protestos no país de 220 milhões de habitantes em reação à inflação elevada e à fome.
Alguns manifestantes nigerianos foram vistos a agitar bandeiras russas em estados do norte, dando continuidade a uma tendência anteriormente observada em África, em países vítimas de golpes de Estado, onde os sentimentos pró-russos estão a crescer à medida que os governos militares cortam os laços com o Ocidente.
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