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Soldados israelitas detidos por sodomizar palestiniano em domiciliária

Os cinco militares israelitas que permaneciam detidos por abusar sexualmente de um preso palestiniano na prisão de Sde Tieman, sul do país, vão ser colocados em prisão domiciliária a pedido da procuradoria, confirmou hoje o diário Haaretz.

Soldados israelitas detidos por sodomizar palestiniano em domiciliária
Notícias ao Minuto

15:19 - 13/08/24 por Lusa

Mundo Israel/Palestina

A investigação do caso vai prosseguir nos próximos dez dias, e as provas "serão progressivamente transferidas para a defesa e os suspeitos receberão uma nota de prisão preventiva".

 

Concluída a investigação, "a defesa, caso o deseje, poderá promover uma audiência", conclui o comunicado militar relacionado com o pedido da Procuradoria.

Em 29 de julho foram detidos dez militares pelo alegado abuso de um preso palestiniano, que chegou ao hospital com várias costelas partidos e sinais de abuso corporal, incluindo problemas num pulmão pela introdução de um objeto estranho por via retal, segundo relatou à rádio pública israelita o médico que o observou.

Desde então, a detenção dos soldados foi prolongada semanalmente, apesar de apenas cinco permaneceram indiciados.

O movimento palestiniano islamita Hamas considerou que a decisão de prisão domiciliária para os cinco detidos significa uma "cumplicidade aberta" do Exército com os suspeitos e uma "tentativa de encobrir os crimes atrozes cometidos" com a proteção das autoridades israelitas.

O Hamas, que governa na Faixa de Gaza desde 2007, apelou a diversas instâncias internacionais, em particular organismos jurídicos, para investigarem o caso. "Afirmamos que a ridícula investigação sionista não se pode substituir às investigações internacionais".

Segundo um recente relatório da organização não-governamental (ONG) israelita B'Tselem, a prisão de Sde Teiman "não é um caso isolado". A organização entrevistou 55 prisioneiros, e entre os seus testemunhos surge um outro palestiniano que diz ter sofrido de abuso sexual por um soldado quando este tentou introduzir-lhe uma cenoura por via anal.

Desde o início do atual conflito, milhares de palestinianos, em particular na Faixa de Gaza, foram enviados para Sde Teiman, situado no deserto do Neguev (sul).

As autoridades israelitas praticam diversas formas de tortura nessa prisão, incluindo a palestinianos sem qualquer indiciamento, de acordo com a ONG Médicos pelos direitos humanos de Israel e a Amnistia Internacional.

A procuradoria militar emitiu acusações em 30 de julho contra outro militar por maus tratos contra diversos presos palestinianos, ao alegar que este soldado, durante cinco meses, utilizou "uma violência severa contra os detidos que estavam à sua guarda".

Estas detenções provocaram violentas manifestações junto à prisão de Sde Teiman, fomentadas pelos ministros de extrema-direita do Governo de Benjamin Netanyahu, em particular o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, e o das Finanças, Bezalel Smotrich.

Em várias ocasiões ambos já defenderam publicamente os maus tratos a palestinianos detidos, e inclusive a pena de morte.

Segundo a B'Tselem, e desde o início do atual conflito, 60 palestinianos morreram em prisões israelitas, dos quais 48 provenientes da Faixa de Gaza.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Segundo o exército israelita, entre as 251 pessoas sequestradas, 111 permanecem retidas em Gaza, das quais 39 já morreram.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou perto de 40 mil mortos -- onde se incluem pelo menos 14.000 crianças --, cerca de 92.000 feridos e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.

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