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Kyiv diz estar a consolidar conquistas em território russo, Moscovo nega

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que as tropas da Ucrânia estão a reforçar as zonas controladas na região russa de Kursk, mas a Rússia já veio dizer que repeliu uma ofensiva sobre três cidades.

Kyiv diz estar a consolidar conquistas em território russo, Moscovo nega
Notícias ao Minuto

13:36 - 17/08/24 por Lusa

Mundo Ucrânia/Rússia

Nos últimos dez dias, Kursk, na fronteira com a Ucrânia, tem sido palco de uma ofensiva ucraniana e, hoje, Zelensky afirmou, após uma reunião com o Estado-Maior, que o "general (Oleksandre) Syrsky informou sobre o reforço das posições das forças na região de Kursk e a extensão do território estabilizado".

 

"Agradeço a todos os nossos soldados e comandantes que estão a capturar militares russos, avançando assim com a libertação dos nossos guerreiros e civis detidos pela Rússia", referiu ainda o governante.

No entanto, o Ministério da Defesa russo referiu, em comunicado hoje divulgado, que repeliu "ataques" ucranianos "na direção de Korenevo, Russkoye e Cherkasskoye Porechnoye".

A Ucrânia tem insistido que estes avanços não visam a conquista permanente de território mas sim criar condições para forçar a Rússia a entrar em negociações "justas", após quase dois anos e meio depois da invasão por parte de Moscovo.

Mais a sul, o exército russo mantém a pressão na região ucraniana de Donbass, onde tem estado em vantagem há vários meses contra as forças de Kiev, que estão em menor número.

Em 06 de agosto, o exército ucraniano atacou a região de Kursk, apoderando-se, segundo Kiev, de 82 cidades e 1.150 quilómetros quadrados, numa ofensiva que apanhou Moscovo de surpresa e que constitui a maior operação militar estrangeira em solo russo desde a Segunda Guerra Mundial.

"As tropas do grupo de ataque continuam a lutar e avançaram em certos setores entre um e três quilómetros", disse o comandante do exército ucraniano, Oleksandre Syrsky.

O general afirmou que as forças ucranianas continuam a fazer prisioneiros entre os soldados russos.

Kiev afirma ter capturado, em particular, a cidade de Soudja, situada a 10 quilómetros da fronteira e onde se encontra um importante centro de gás pertencente ao gigante russo Gazprom, que abastece a Europa através da Ucrânia.

Desde o início da operação ucraniana, pelo menos 12 civis foram mortos e mais de uma centena ficaram feridos, segundo as autoridades russas.

Kiev também quer utilizar os territórios russos conquistados como moeda de troca em eventuais negociações com o Kremlin.

"A ferramenta militar está a ser utilizada objetivamente para persuadir a Rússia a entrar num processo de negociação justo", escreveu na plataforma X Mykhaïlo Podoliak, conselheiro do Presidente ucraniano.

Volodymyr Zelensky afirmou que, até novembro, data das eleições presidenciais nos Estados Unidos - um aliado vital de Kiev - pretende elaborar um plano que sirva de base a uma futura cimeira de paz para a qual o Kremlin deve ser convidado.

Kiev insiste que a paz só é possível se o exército russo se retirar completamente dos territórios conquistados, incluindo a península da Crimeia, que a Rússia anexou em 2014. Vladimir Putin, por seu lado, exige que Kiev lhe ceda as regiões ucranianas que afirma ter anexado e que renuncie à sua adesão à NATO.

Perante o avanço sem precedentes das forças ucranianas para a Rússia, dezenas de milhares de civis já fugiram das aldeias fronteiriças da região de Kursk.

Na capital provincial, a várias dezenas de quilómetros dos combates, uma igreja acolheu refugiados na sexta-feira, segundo a agência de notícias AFP.

Entre eles estava Valentina, de 82 anos, cujo filho teve de a ir buscar. "Ninguém nos retirou", lamentou.

As operações estão a ter lugar enquanto prosseguem os combates na zona. Durante uma das ações para retirar civis, dois trabalhadores humanitários russos foram mortos num ataque ucraniano na sexta-feira, segundo a organização.

Ao fim da tarde, o governador da região vizinha de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, anunciou que estava a bloquear o acesso e a retirar pessoas cinco cidades fronteiriças.

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