Aos 37 anos, Paetongtarn torna-se a primeira-ministra mais jovem da história do reino, na sequência da demissão do antecessor Srettha Thavisin, no âmbito de um processo de corrupção e da dissolução do principal partido da oposição uma semana antes.
É a terceira Shinawatra a ocupar o cargo de primeiro-ministro, depois do pai Thaksin (2001-2006) e da tia Yingluck (2011-2014), ambos derrubados por golpes de Estado.
"Como chefe de governo, trabalharei com o parlamento de todo o coração, aberta a todas as ideias para contribuir para o desenvolvimento do país", declarou.
Paetongtarn recebeu o mandato real para formar governo numa cerimónia realizada, na sede de uma antiga estação de televisão pró-Thaksin.
Thaksin Shinawatra, um bilionário de 75 anos que foi forçado ao exílio em 2008 devido a acusações de corrupção, recebeu um perdão real no sábado e estava sentado na primeira fila da cerimónia.
Paetongtarn dirige um governo de coligação liderado pelo seu partido, Pheu Thai, a última encarnação do movimento político fundado pelo pai no início dos anos 2000, mas que inclui também forças pró-militares que há muito se opõem a Thaksin.
Há mais de 20 anos que o reino está dividido entre uma velha guarda pró-monárquica protegida pelo exército e eleitores ávidos de mudança, mas cuja vontade expressa nas urnas não está a ser respeitada, de acordo com o campo pró-democracia.
"Espero poder catalisar a energia de todas as gerações, de todas as pessoas talentosas da Tailândia - o governo, a coligação, os funcionários públicos, o sctor privado e o povo", disse Paetongtarn.
A nova líder é a terceira filha de Thaksin, um antigo polícia que fez fortuna no sector das telecomunicações e foi eleito duas vezes primeiro-ministro, em 2001 e 2005, antes de ser derrubado por um golpe de Estado em 2006.
Cresceu em Banguecoque e estudou gestão hoteleira no Reino Unido antes de dirigir o ramo hoteleiro do império familiar até ao final de 2022.
Entrou então para a política tendo em vista às legislativas do ano passado, nas quais o Pheu Thai ficou em segundo lugar, atrás do partido progressista Move Forward, que foi dissolvido a 07 de agosto, sob acusações de lesa-majestade.
Apesar de ter ficado em primeiro lugar nas legislativas, o Move Forward foi impedido de formar governo pelos senadores conservadores nomeados pela junta militar, assustados com os projetos de reforma do partido.
O Pheu Thai estabeleceu então um difícil acordo de coligação com partidos pró-militares que se opunham firmemente a Thaksin e apoiantes, o que levou à ascensão de Srettha.
No entanto, em menos de um ano, tornou-se o terceiro primeiro-ministro do Pheu Thai a ser expulso pelo Tribunal Constitucional por ter nomeado um ministro condenado por corrupção.
Depois de ter sido eleita na sexta-feira por uma clara maioria de deputados para lhe suceder, Paetongtarn reconheceu a falta de experiência, mas disse estar pronta para aceitar o desafio de "melhorar a qualidade de vida e dar poder a todos os tailandeses".
"Vai ter de trabalhar arduamente. A vantagem é que é jovem e toda a gente está disposta a ajudá-la. Ela é humilde", afirmou Thaksin, no final da cerimónia.
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